O primeiro ABOL Day de 2022, realizado na última semana de fevereiro, trouxe o real significado da sigla ESG, em inglês Environmental, Social and Governance ou Ambiental, Social e Governança (ASG — em português). O tema em destaque atualmente no universo corporativo, dentro de diferentes setores, foi abordado pelo especialista Roberto Roche, que conta com mais de 35 anos de experiência, sendo parte deles atuando como vice-presidente em ESG/QSMS-RS & Sustentabilidade para fundos de investimentos.
A provocação “não existirá empresa que a sociedade não queira”, deu início a apresentação de Roche, deixando claro, de imediato, que ESG é risco financeiro do negócio dos investimentos. “Vocês colocariam o seu dinheiro numa empresa que não tem a menor gestão de risco?”, questionou o especialista aos cerca de 70 participantes, que acompanharam o evento e engajaram sobre o assunto, considerado tão relevante e presente nas companhias atualmente.
Aqueles que ainda tinham alguma dúvida, saíram com uma certeza: ESG não é filantropia e caridade, não é certificado e não é apenas números ou sustentabilidade corporativa. É muito mais do que isso. E para que o público entendesse a amplitude desse termo, Roche fez um breve histórico sobre o surgimento do ESG, que teve como ponto de partida acidentes no Brasil e no Mundo, como as 47 ocorrências envolvendo nitrato de amônio.
“Grandes acidentes, empresas quebrando, multas milionárias. Todo impacto socioambiental causa um desastre econômico na região, empresa e até mesmo em toda a cadeia de logística de suprimentos. O ponto em comum nos acidentes é justamente a falta de governança. É preciso mostrar para os investidores que o risco ESG está sob controle”, destacou o especialista, lembrando que compensação não é solução.
Segundo o especialista, ESG é um processo infinito, que aos poucos vai sendo elaborado, ou seja, não acontece de um dia para o outro. Isso significa que não há empresa 100% ou 0% ESG. A preocupação precisa estar em quanto vale a imagem da empresa em que cada um trabalha. “Não é classificação binária, precisa ser analisado o nível de maturidade ESG”. O segredo é estar atento ao anseio dos investidores, que são soberanos em seus critérios. “É fundamental ter uma gestão de riscos para demonstrar ao mercado financeiro e à sociedade, que podem dormir tranquilos”.
Para a diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha, o evento foi de suma importância para os Operadores Logísticos, que vêm buscando uma gestão mais baseada em valores humanitários, ambientais e transparência. “Ao mesmo tempo, é importante desmistificar e “desromantizar” o que ESG significa no mundo corporativo. A palestra do Roberto Roche foi muito esclarecedora nesse sentido.”