01/03/2021

Empresários atuam para evitar caos na Saúde

 Empresários atuam para evitar caos na Saúde


O recrudescimento da pandemia no país e o ritmo lento da vacinação contra a covid-19 têm mobilizado os empresários com o objetivo de ajudar cidades duramente atingidas pela pandemia e de costurar alternativas para acelerar a aprovação de projetos para a compra de imunizantes. Nos bastidores, executivos e industriais ligados ao movimento Unidos pela Vacina atuaram para ajudar a colocar em pé o projeto de lei aprovado pelo Senado, na quarta-feira passada, para a compra de vacinas, inclusive pelo setor privado.

“Os empresários estão muito assustados com o aumento de casos e temem um caos do sistema público de saúde”, disse uma fonte ligada ao movimento. O grupo, contudo, não se mobiliza, neste momento, para compra de vacinas. “Ajudamos de outras formas, mapeando as dificuldades de Estados e, principalmente, de municípios. Ajudamos na logística, na compra de insumos e equipamentos”, disse um executivo. A ideia é fazer uma articulação com prefeitos e mapear tudo que falta de infraestrutura para garantir o sucesso da vacinação.

Nas últimas semanas representantes desse grupo também participaram ativamente de discussões para aprovação do texto do PL que facilita a compra de vacinas, insumos e serviços necessários à imunização contra a covid-19. O projeto, que ainda tem de ser aprovado pela Câmara dos Deputados, define que metade da compra pela iniciativa privada tem de ser doada ao SUS.

“Entendemos que o governo federal deve ser o responsável pela compra de vacinas e de que Estados e municípios devem também participar dessas negociações, desde que não se canibalizem”, disse essa fonte. O varejo farmacêutico se mobilizou para que fosse incluído no projeto como estabelecimentos para aplicação de injetáveis. “São mais de 5 mil unidades no país que podem aplicar 10 milhões de doses.”

Para um empresário ligado ao movimento, o problema está na originação das vacinas. “O governo está atrasado na compra de imunizantes. Neste momento, estamos longe de atingir a meta de vacinação e a situação está se agravando.” A meta do grupo Unidos pela Vacina, liderado pela empresária Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração da rede Magazine Luiza, era imunização total até setembro, mas cumpri-la está cada vez mais difícil.

Quando formaram o grupo, os organizadores se reuniram com especialistas e também ouviram o ex-ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-RJ). “Ele alertou que os casos poderiam aumentar entre abril, maio e junho, justamente o período que o governo também fará a imunização da gripe. Podemos sofrer um colapso.”

Para Horácio Lafer Piva, ex-presidente da Fiesp, as compras devem ser centralizadas pelo Ministério da Saúde. “Se, no futuro, sobrarem vacinas pelo mundo, então se poderá reavaliar.”

Em paralelo, há empresários ligados a Jair Bolsonaro dispostos a fazer desembolsos para a compra de vacinas. Carlos Wizard Martins, dono do grupo Sforza, que tem redes de idiomas e de alimentos (Pizza Hut e Frango Assado), lidera essa ação, junto com Luciano Hang, dono da rede Havan.Nesta semana, ele e Hang vão se reunir para discutir a estratégia de compras das vacinas. Segundo Wizard, o grupo tem apoio de 100 empresários. Ele afirmou que as compras serão feitas depois de junho, término previsto para a vacinação dos grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização.

A iniciativa privada já tinha tentado se organizar para a compra de 33 milhões de doses da vacina Oxford/ AstraZeneca, em um movimento encabeçado pela Coalizão Indústria, com o aval do governo. O grupo recuou após críticas de que a iniciativa iria furar a fila dos grupos prioritários.

“O pool de empresa tinha sido organizado em dezembro - um mês antes do início da vacinação no país”, disse José Velloso, presidente da Abimaq. Segundo ele, esse grupo já tinha se preparado para comprar 20 milhões de doses. Neste momento, não há nenhuma discussão da Coalizão Indústria para a compra de vacinas. Velloso vê com ceticismo o projeto de lei para a compra privada. “Se não fôssemos criticados lá atrás, teríamos imunizado muita gente”, diz Velloso ao defender o movimento.

Com o agravamento da covid-19 e a morosidade na compra de vacinas, boa parte dos empresários vê a recuperação da economia comprometida este ano. Mesmo assim, parte deles ainda é contrária à imposição de restrições para conter o avanço da doença. Apoiador do presidente, o fundador da rede de restaurantes cearense Coco Bambu, Afrânio Barreira diz que o lockdown não é a solução. Na semana passada, o grupo anunciou a demissão de cerca de 150 funcionários em Fortaleza e o fechamento de oito unidades.

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