28/10/2020

Brasil tem 3ª maior queda de IED entre grandes economias

 Brasil tem 3ª maior queda de IED entre grandes economias


Retração de 48% no primeiro semestre só foi menor que as de Itália e EUA

O Brasil sofreu a terceira maior queda na entrada de investimento externo direto (IED) no primeiro semestre entre os grandes países que recebem esses fluxos, em meio ao impacto da pandemia de covid-19, segundo levantamento da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).

A baixa de IED para o Brasil foi de 48%. Passou de US$ 34,857 bilhões no primeiro semestre de 2019 para US$ 18,098 bilhões no mesmo período deste ano. Só ficou atrás das retrações ocorridas na Itália (74%) e nos EUA (61%), entre as grandes economias.
Entre os dez maiores países recipientes, somente México (5%) e Alemanha (15%) atraíram mais IED do que um ano antes. A China teve baixa de 4%, a Índia, de 29%, a França, de 25%, o Canadá, de 32%, e a Austrália, de 40%.

O Brasil sofreu bem mais do que a média dos países em desenvolvimento, que se mostraram mais resilientes e registraram contração de IED de 16% entre janeiro e junho.

Com a previsível queda nos lucros, multinacionais reduziram em 79% o reinvestimento de ganhos na economia brasileira no primeiro semestre, somando US$ 2,63 bilhões em comparação a US$ 12,54 bilhões no mesmo período do ano passado. Normalmente, cerca de 50% dos lucros de filiais estrangeiras são reinvestidos no país que acolhe o IED.

Também os investimentos em capital declinaram 42,8%, passando de US$ 21,44 bilhões para US$ 12,26 bilhões. Já no componente de “outros investimentos” houve alta de 265,5% no período, passando de US$ 877 milhões no ano passado para US$ 3,205 bilhões neste ano.

Para James Zhan, diretor da área de investimentos da Unctad, a diminuição dos fluxos no Brasil se explica pela paralisação do programa de privatizações.

Além disso, “a pandemia é muito desafiadora para atrair investimentos para o Brasil”, de acordo com ele. “Mas US$ 18 bilhões ainda são um volume significativo de IED.”

Para o segundo semestre, a expectativa da Unctad é que a queda seja menor, se a venda de ativos pelo governo for retomada e novo plano de infraestrutura for deflagrado.

Globalmente, o fluxo de IED no primeiro semestre deste ano sofreu diminuição de 49% em relação a 2019, com o confinamento em torno do mundo desacelerando os projetos de investimentos existentes. O risco de uma profunda recessão levou multinacionais a reavaliarem novos projetos.

Assim, multinacionais têm dinheiro em caixa, mas fecharam certas linhas de produção e operam com menor capacidade.

O anúncio de projetos “greenfield” - com a construção de novas instalações - caiu 37% entre janeiro e junho, as fusões e aquisições transfronteiriças diminuíram 15% e anúncios de pacotes de “project finance”, importante fonte de investimentos para infraestrutura, declinaram 25%.

As economias desenvolvidas tiveram a maior baixa na captação de IED, com menos 75%. A tendência foi exacerbada por fluxos negativos para economias europeias. Os fluxos para a América do Norte diminuíram 56%.

Entre os países em desenvolvimento, a baixa de IED foi de 25% na América Latina.

Para o ano como um todo, a Unctad continua a projetar contração de 30% a 40% nos fluxos de IED. Para o ano que vem, a estimativa é de recuo de 10%.

Fonte: Valor Econômico

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