A Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) projeta um aumento gradativo do transporte de grãos por trilhos nesta década. As projeções indicam que o modal aumentará cada vez mais o percentual de participação no transporte de grãos.
A expectativa da ANTF é que, dentro de 10 anos, o Brasil terá a mesma excelência que tem no transporte de minério de ferro, que detém ferrovias entre as mais produtivas do mundo. Atualmente, grande parte da produção de grãos, como soja e milho, está distante dos centros exportadores. Rondonópolis (MT), por exemplo, está a aproximadamente 1.600 quilômetros de distância do Porto de Santos (SP).
A expectativa do setor é que os projetos greenfield e as renovações antecipadas de concessões contribuam para o aumento de produtividade do modal no transporte dessas cargas.
O diretor-executivo da associação, Fernando Paes, considera que não faz sentido essa carga ser transportada por caminhão por tantos quilômetros. Ele cita que uma composição com 120 vagões, como a que a Rumo vai operar na Malha Paulista, dá conta de transportar o equivalente a 370 caminhões. “Conceitualmente, a expectativa é de termos excelência no transporte de grãos daqui a 10 anos, como temos no transporte de minérios”, avaliou Paes.
A ANTF estima que a soma dos investimentos previstos no programa das prorrogações de concessões aos projetos greenfield representa aportes da ordem de R$ 60 bilhões, nos próximos cinco a seis anos. Paes lembra que parte desses investimentos estará voltada para o agronegócio. “Estamos otimistas de fato, mas ao mesmo tempo realistas. A expectativa hoje para o setor ferroviário, incluindo o transporte de grãos, é muito positiva, como nunca foi”, afirmou Paes.
A associação considera que pode haver mais investimentos, caso o governo consiga aprovar o marco regulatório que cria um regime de autorizações no setor ferroviário. A matéria está em discussão no projeto de lei do Senado (PLS) 261. O objetivo com o marco legal é permitir a exploração do transporte ferroviário de cargas, que hoje ocorre somente por concessão, por meio do regime de autorização. Existe ainda a possibilidade de o governo editar uma medida provisória.
De acordo com a ANTF, as concessionárias já investiram mais de R$ 86,9 bilhões nas ferrovias desde 1997, o equivalente a R$ 126,2 bilhões, atualizados com base no IPCA. Entre 1997 e 2020, o crescimento foi da ordem de 1.600%. Nos últimos dois anos, os investimentos no segmento cresceram 22%, passando de R$ 5 bilhões em 2019, para 6,1 bilhões em 2020. As ferrovias transportaram, apenas em commodities, 23,7% das exportações brasileiras em 2020 (US$ 53,05 bilhões). Em 2006, esse número era de 12,52% (US$ 17,2 bilhões).
Paes destacou que a produção de grãos vem avançando em direção ao norte do país, porém ainda carece de alternativas logísticas que acompanhem essa expansão. De acordo com a ANTF, os principais produtos agrícolas transportados por ferrovia não chegam a 15% de todo o volume que trafega nesse modal, sendo a soja e o milho correspondendo a, respectivamente, 5,73% e a 3,77%. Produtos de outros segmentos correspondem 85% desses volumes.
Fonte: Portos e Navios
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