A crise parece passar longe das empresas de base tecnológica no país. No primeiro trimestre, as startups brasileiras atraíram um valor recorde de investimentos: R$ 11 bilhões. De janeiro a março de 2020 foram investidos R$ 3 bilhões.
Os dados fazem parte do levantamento “Inside Venture Capital”, feito pela Distrito Dataminer, divisão de dados da plataforma de inovação aberta Distritoe. Os dados mostram que os investimentos de janeiro a março deste ano representam mais da metade (54%) dos R$ 19,9 bilhões investidos em todo o ano de 2020.
O amadurecimento de startups fundadas entre 2016 e 2017, e que buscam maiores aportes conforme crescem, é um dos motivadores do recorde de aportes no início do ano, diz Eduardo Fuentes, analista do Distrito Dataminer. Seguindo neste ritmo, segundo ele, a projeção de investimentos em startups é de R$ 28,5 bilhões neste ano.
A pandemia é outro catalisador das empresas de base tecnológica. “As startups nascem para resolver dores e complexidades do mercado e a pandemia escancarou várias dessas dores no país”, diz Fuentes.
O analista nota que há um reflexo direto no volume de investimentos para startups de saúde (“healtechs”) e educação (“edtechs”). Na comparação com o primeiro trimestre de 2020, o volume de aportes nas “edtechs” saltou de R$ 63,8 milhões, em 5 negociações, para R$ 1,26 bilhão, em 16 negociações, nos primeiros três meses deste ano, colocando o segmento com o quarto maior volume de aportes. Na mesma base, as “healthtechs” receberam 337% mais investimentos, que somaram R$ 533 milhões no primeiro trimestre.
Em março, a startup de educação Hotmart recebeu R$ 735 milhões do fundo americano TCV, que também investe na Netflix, e a Digital House, especializada em cursos de tecnologia, levou R$ 280 milhões em uma rodada com a participação do varejista on-line Mercado Livre, da consultoria Globant, da gestora Riverwood Capital e do fundo Kaszer. Em fevereiro, a plataforma Descomplica levantou R$ 450 milhões vindos do SoftBank, do Facebook e do guitarrista The Edge, da banda U2.
A liderança segue com as startups de serviços financeiros, as fintechs, que receberam R$ 3,3 bilhões no primeiro trimestre, seis vezes o volume de um ano atrás. Na sequência estão empresas dos setores imobiliário (“proptechs”) e de varejo (“retailtechs”).
Dos 155 aportes anunciados entre janeiro e março deste ano, quatro rodadas recebidas por unicórnios brasileiros - incluindo uma rodada de R$ 2,4 bilhões para a “proptech” Loft, liderada pelo fundo americano D1 Capital, bem como aportes nas startups de logística Loggi, de varejo MadeiraMadeira e no banco digital Nubank. Juntos, os investimentos representaram 62% do volume total de aportes no período.
O primeiro trimestre foi o mais movimentado em fusões e aquisições da série histórica, iniciada em 2011, com 56 transações, ante 26 no primeiro trimestre de 2020. Em março, o destaque foi a aquisição da empresa de marketing digital Resultados Digitais, pela Totvs, por R$ 1,86 bilhão.
A Locaweb liderou a lista de empresas que mais anunciaram aquisições nos primeiros três meses do ano, seguida por Nuvini, Magalu, Sinqia e Boa Vista.
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