Mudanças programadas para serem colocadas em prática nos próximos dois, três anos foram antecipadas
As pessoas não constroem suas vidas ao redor do varejo, é o varejo que constrói suas lojas ao redor da vida das pessoas. O conceito destacado por Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da Gouvêa Malls, sintetiza uma mudança significativa na maneira de pensar os shopping centers daqui pra frente. “A digitalização representa uma revolução no modelo de negócio”, diz. “Os lojistas passarão a vender por diversos canais e o papel dos shoppings será intermediar os negócios entre compradores e vendedores, levando essa operação para onde o consumidor desejar e na plataforma que ele demandar.”
Significa que novas alianças começarão a ser feitas, seja para integração dos lojistas em marketplaces próprios e de terceiros, seja para melhorar a logística de entrega; mudará a composição do mix de produtos, com a saída de varejistas que não oferecem nem conveniência e nem experiência; além disso, a maior parte da receita não virá mais da locação dos espaços. Nessa linha, mudanças programadas para serem colocadas em prática nos próximos dois ou três anos foram antecipadas.
Foi o que aconteceu com o Iguatemi 365, marketplace do grupo Iguatemi, lançado em outubro de 2019 A ideia era expandir a operação para fora de São Paulo apenas em novembro de 2020, mas isso aconteceu pouco depois do fechamento de 100% das lojas por conta da pandemia. “Saltamos de 80 para 300 marcas conectadas ainda em julho e até o início de outubro já operávamos em dez capitais”, diz Marcelo Miranda, vice-presidente comercial da rede Iguatemi. “A base de clientes quintuplicou.”
Segundo ele, 16% das marcas são exclusivas do marketplace, entre elas, a Tiffany&Co, e 34% não estão presentes nas operações físicas do grupo.
A brMalls, por sua vez, firmou parceria com a B2W (Americanas.com, Submarino e Shoptime), para incluir as mais de 6 mil lojas dos seus 31 shoppings no marketplace. A iniciativa envolveu também o Delivery Center-- plataforma integradora de lojas físicas, marketplaces e shoppings, que permite que as compras on-line saiam do estoque e sejam entregues no mesmo dia. “O caminho é jogar o jogo junto”, afirma Leonardo Ferreira, diretor de inovação e novos negócios da brMalls.
Programas de fidelidade e oferta de serviços colaboraram para adquirir esse conhecimento e engordar a receita, que não pode mais depender só da locação. O grupo Saphyr, à frente de 12 malls, estruturou o próprio marketplace, o ShopLog, que conta com 90 varejistas; investiu em meios de pagamento e crédito, e colocou no ar a plataforma Alugaê, especializada em locação de espaços em shoppings, galerias e terminais urbanos. “A transformação digital é o fio condutor para a expansão do modelo de negócio do shopping, que no nosso caso passa pela multicanalidade”, afirma José Bernardo Milek, superintendente da regional São Paulo.
Fonte: Valor Econômico
01/06/2023
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