07/09/2020

Para consultor, complexidade da cabotagem a granel não está apenas na regularidade


Cabotagem de granéis depende também das questões de infraestrutura, política de regulamentação, vias navegáveis, entre outros fatores

Embora estejam em discussão no Congresso Nacional dois projetos de lei de incentivo a cabotagem - o PL 4199, o BR do Mar, do governo federal e o PL 3129, da senadora Kátia Abreu (PP/TO) - a complexidade do setor não tem sido abarcada efetivamente por ambos. E um dos pontos críticos é a falta de abrangência sobre os diversos mercados que poderiam ser cobertos pela cabotagem, como é o caso das cargas granel e geral. Atualmente, o segmento tem sido atuante no mercado de granéis líquidos, porém, o destaque ainda é o setor de contêineres.

O especialista em inteligência de mercado da Datamar, Cristiano Kaeler, afirmou que atualmente a cabotagem à granel existe para líquidos, bem como para demais produtos que não exigem sazonalidade, como madeira, bauxita, celulose e químicos. No entanto, ao contrário dos contêineres, o transporte de líquidos acontece por demanda e não por rotas ou frequências pré-definidas. Mas entre os requisitos para a habilitação da empresa no projeto do governo, está a necessidade de criação de linhas regulares, o que não contempla as características do setor de granéis.

No caso da carga do agronegócio, a logística e regularidade precisaria acompanhar a safra para que a cabotagem se torne viável, conforme afirmou Kaeler. Ele destacou que é possível fazer cabotagem de forma spot, como ocorre no caso do fertilizante, porém é mais complexo em razão da necessidade de encontrar navio disponível no mercado. Sobre este aspecto a abertura do mercado para embarcações estrangeiras proposta pelo BR do Mar pode ser favorável.

Entretanto, Kaeler alertou para a necessidade de se observar a complexidade da cabotagem à granel que não está sujeita apenas a sua regularidade, mas também às questões de infraestrutura, a uma política de regulamentação, ao próprio interesse do armador, na capacidade do canal hidroviário, entre outros aspectos. “Alguns canais não podem ser usados devido à baixa de calado no período de seca”, frisou.

Ele ressaltou ainda que o potencial de crescimento da cabotagem esteja atrelado à localidade. De acordo com ele, o potencial de carga será maior principalmente nas origens/destinos que estão distantes dos portos, em geral 800 quilômetros, como ocorre, sobretudo, na região Norte do país onde as distâncias são muito grandes.

Fonte: Portos e Navios

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