O setor logístico expandiu em 2021, transportando 391 milhões de toneladas de cargas. Arrecadou R$ 166 bilhões (receita operacional bruta-ROB) — um aumento médio de 82% —, recolheu R$ 44 bilhões em tributos, investiu R$ 18 bilhões e gerou 2 milhões de empregos, entre diretos e indiretos, o equivalente a 2% do total de pessoas ocupadas no Brasil.
Em contrapartida, os operadores logísticos cobram redução da carga tributária e melhoria da infraestrutura, principalmente em rodovias. É o que aponta a pesquisa ‘Perfil do Operador Logístico’, encomendada ao Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS) pela Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL), e que foi divulgada na última quarta-feira (1º).
O levantamento contemplou um universo de 1 mil empresas, incluindo as 30 associadas da ABOL, de pequeno, médio e grande porte, e apresenta um mapeamento do mercado do setor nos anos de 2020 e 2021. Os operadores de pequeno porte são os que têm faturamento até R$ 100 milhões; os de médio porte, de R$ 101 milhões a R$ 600 milhões; e os de grande porte, de R$ 601 milhões em diante.
Para 93% dos operadores logísticos que responderam à pesquisa, o Governo Federal deveria dar prioridade à redução de tributos. Entre os participantes, 42% acreditam que a reforma tributária impactaria muito positivamente o desenvolvimento do setor, 34% informaram que o impacto seria apenas positivo e 19% não perceberiam impacto algum.
“A reforma tributária deve ser o item 1 de diversas outras atividades econômicas no Brasil”, afirmou a diretora-executiva da Abol, Marcella Cunha, lembrando que a matéria está parada no Congresso Nacional e que, por isso, deveria prevalecer entre as principais reivindicações da cadeia produtiva do País.
“O Congresso Nacional não obteve sucesso na votação dessa reforma tributária que ainda não é a mais ampla, a mais esperada, mas que siga entre as exigências de diversos setores, pelo menos até o ano que vem, a partir da mudança de governo”, comentou.
Ainda de acordo com a pesquisa, 32% dos operadores logísticos sofrem com dupla incidência de tributos sobre um mesmo serviço. O setor também cobra mais agilidade na aprovação do Projeto de Lei nº 3.757/2020, que dispõe sobre a regulamentação da função do operador logístico.
A matéria tramita no Congresso Nacional. Conforme a pesquisa, 39% afirmaram que a regulação teria um impacto muito positivo para o setor; outros 39%, apenas positivo; e para 21% não surtiria efeito.
“O que nos causou impressão positiva foi o conhecimento em relação ao Projeto de Lei 3.757/2020. A gente achava que era uma pauta defendida apenas pelos operadores maiores, mas observamos que pequenos e médios também passam a defender porque querem ser melhor fiscalizados, isso vai chegar diretamente no dia a dia deles quando se tem uma agência reguladora que sabe fiscalizar o operador logístico como um integrador de atividades, não puramente uma empresa transportadora ou um armazém, o que dá mais força para defendermos a sua tramitação, a sua aprovação no Congresso Nacional”, disse Marcella Cunha.
*Infraestrutura*
Já 91% dos operadores logísticos informaram que o Executivo Federal deveria priorizar também a melhoria da infraestrutura, com foco nas rodovias. Para eles, a matriz de transporte rodoviário é a mais importante. Entre os participantes da pesquisa, 93% informaram que o Governo deveria priorizar os investimentos na infraestrutura de rodovias, seguido por infraestrutura viária de médias e grandes cidades (58%), acessos aos centros urbanos (52%), infraestrutura portuária (34%), acesso aos portos (33%), infraestrutura ferroviária (27%, infraestrutura aeroportuária de carga (21%) e infraestrutura hidroviária (13%).
Fonte: BE News