01/07/2020

"Mês de aniversário: ABOL completa oito anos de fundação"


Prezados(as) Senhores(as),



Era o mês de agosto de 2012! Naquele instante prestava consultoria à um dos mais importantes Operadores Logísticos da Europa, a belga Katoen Natie, junto ao seu principal cliente do setor petroquímico, quando recebia uma ligação do então presidente da Veloce Logística, Paulo Guedes, querendo conversar sobre a intenção de um grupo de empresários de fundar uma associação patronal que viesse representar o setor onde todos atuavam.

Com o contrato com a empresa belga encerrando-se no final daquele ano, fui encontrar-me com o grupo ao qual Paulo Guedes pertencia, à época liderado pelo Luis Augusto Ópice, então diretor de Logística do Grupo Ecorodovias, tendo, sob seu comando, a Elog Logística e o Ecoporto de Santos.

À frente das tratativas iniciais de constituição da entidade estava Paulo Sarti, presidente da Penske Logistics, sendo ele, naquele momento, o responsável pelas primeiras entrevistas e negociação dos termos contratuais, caso seguíssemos adiante.

Tanto Paulo Guedes, quanto Luis Augusto Ópice, bem assim Paulo Sarti, tinham sido executivos na Columbia, empresa na qual também o fui -, tendo sido seu gerente geral, na EADI Salvador (Columbia Nordeste).

A ideia daqueles primeiros 16 abnegados executivos / empresários, era a criação de uma entidade que viesse representar, estruturar e regulamentar um setor ainda muito jovem, em consolidação, sem ter, até então, um marco referencial que lhe caracterizasse.

Nesse grupo de fundadores, estavam: AGV Logística S.A. (atual Solistica); Brado Logística S.A.; DHL Logistics (Brazil) Ltda.; Elog S.A. (Grupo Ecorodovias – atual Multilog); Gafor S.A.; Golden Cargo Transportes e Logística Ltda.; Libra Terminais S.A.; Penske Logistics do Brasil Ltda.; Pronto Express Logística Ltda. (TPC).; Rapidão Cometa Logística e Transporte S.A. (atual FedEx); Tecondi - Terminal para Contêineres da Margem Direita S.A. (Ecoporto Santos, Grupo Ecorodovias); Tegma Gestão Logística S.A.; Transportadora Americana Ltda. (atual Sequoia); Transportes Luft Ltda.; Veloce Logística S.A. e Wilson Sons Logística Ltda.

Diante de um plantel tão seleto de empresas, e sempre sendo impulsionado por projetos ousados fiquei profundamente motivado e levado a aceitar o desafio, sobretudo pelo que poderíamos edificar junto a tantos expoentes da logística no Brasil. Seria um trabalho pioneiro, uma ação greenfield, dado nunca termos tido no Brasil uma caracterização sobre Operadores Logísticos stricto sensu. Muitos estudiosos respeitados chegaram a teorizar o que até ali contextualizava-se como Prestador de Serviços Logísticos (PSL).

Após um par de outras entrevistas, no dia 10 de outubro de 2012 era submetido à sabatina final que homologaria meu nome como diretor executivo da entidade.

Assim, na sede do Grupo Ecorodovias, o primeiro endereço oficial a constar no estatuto da recém-nascida ABOL – Associação Brasileira de Operadores Logísticos, demos o kick off dessa feliz e exitosa parceria que se vê em comemoração e confraternização nesse próximo 17 de julho próximo.

A ABOL, em fase de constituição, funcionou durante os três últimos meses daquele ano de 2012, na minha residência, até ser concluído os protocolos de registro cartorial, obtenção de demais registros e licenças oficiais, abertura de conta etc.

Perante seus fundadores, após apresentar-me, iniciamos de imediato um debate instigante e bastante fecundo, buscando de cada um, seus anseios, intenções e expectativas do que deveria ser a ABOL ao olhar de cada qual.

Deles, além de uma planilha com um elenco de desejos, recebia o mais importante: “um sonho a realizar”! Após oito anos, tenho a honra e o imenso orgulho de afirmar que, além de uma entidade respeitada, admirada, verdadeiramente representativa, uma das mais importantes do país, entrego aos seus fundadores e aos seus pares, um sonho realizado!

Dando o pontapé inicial, cumpri a agenda cabível para aqueles últimos três meses do ano, ultimando os ajustes do texto do estatuto social, registrando-o em cartório, estruturando o primeiro orçamento e criando a logomarca. De igual forma, comecei a fazer as primeiras entrevistas com cada um dos fundadores, na busca de melhor entender como teria sido o fazimento conceitual dos Operadores Logísticos em outros países, sobretudo porque tínhamos algumas empresas estrangeiras como fundadoras.

A partir dali, ainda com dados incipientes, rascunhava um primeiro esboço de plano de trabalho para apresentar aos fundadores. Mesmo sendo um primeiro entendimento, fico feliz em constatar que após oito anos da entidade, fomos muito assertivos.

Ainda em 2012, saímos a procura daquela que seria a nossa primeira sede. Buscamos um local central, com facilidades e serviços acessíveis, em estilo coworking, pela praticidade e custo benefício aplicável ao projeto de uma startup que ali se iniciava.

Com a parceria da presidente da Publicare (Revista Tecnologística), Shirley Simão, chegamos ao Centro Empresarial Mario Garnero, na esquina da Av. Rebouças com a Av. Brigadeiro Faria Lima. Shirley Simão foi a responsável por unir os principais Operadores Logísticos em torno do propósito de criação da entidade. Por isso, merecidamente, ganha de todos nós o carinhoso título de “madrinha da ABOL”.

Ao tempo em que tratávamos de estruturar nossa entidade, buscávamos entender como se enquadraria o Operador Logístico em uma classificação fiscal, tributária, previdenciária, trabalhista e sindical, dado ser o Operador Logístico um integrador de atividades logísticas. Não demorou para constatarmos a inexistência de uma Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) única, que agregasse todas as atividades em uma só.

Logo deparamo-nos no quanto isso seria importantíssimo na nossa agenda, pois, quando da desoneração da folha de pagamento das empresas, vimos que o fato gerador do direito ao pleito era, exatamente, a CNAE. Muitas das atividades se enquadraram, como o transporte rodoviário e ferroviário de carga, ficando de fora, a armazenagem geral e a organização logística do transporte de carga, por exemplo.

O ano de 2013 foi focado em aprofundamento de estudos diversos no Brasil e no exterior. No Brasil, além de conversarmos com todas as instituições de ensino e de pesquisa que vinham estudando o PSL, procuramos realizar benchmarkings junto a outras entidades, encontrando, inicialmente, na Associação Nacional de Transportes Ferroviários (ANTF), à época presidida pelo amigo Rodrigo Vilaça, um modelo pragmático de organização que inspiraria uma série de ações, como a participação de fóruns e entidades como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a Confederação Nacional do Transporte (CNT), nas quais, ver-nos-íamos filiados em 2016.

Ainda na alvorada de 2013, já tendo a compreensão do caminho a seguir, fomos a Buenos Aires conhecer a Câmara Empresária de Operadores Logísticos (CEDOL), que vinha empreendendo um exitoso trabalho e estava à nossa frente, há quatorze anos. A ida à CEDOL foi decisiva para constituirmos as próximas etapas quer seja para um programa de auto regulação, quer seja para a regulamentação do setor.

Foi assim, visitando entidades, participando de fóruns e congressos diversos no Brasil e no exterior, que entendemos ser fundamental mergulharmos em um estudo mais profundo, mais completo. A partir de BID realizado no primeiro semestre de 2014, dá-se início, há exatos seis anos atrás, em 1º. de julho daquele ano, ao projeto com a KPMG Consulting Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, com Fundação Dom Cabral (FDC), que caracterizaria e definiria o Operador Logístico no Brasil, dentre outras pautas fundamentais.

Em 20/05/2015 o Estudo Completo foi entregue e tornado público. Nascia pela primeira vez, a taxionomia do Operador Logístico, fundamentada em bases acadêmicas cotejada com dezesseis outros países.

Com a definição trabalhada à muitas cabeças técnicas, experts no setor operacional, de projetos, fiscal, tributário, trabalhista, previdenciário, sindical, securitário, juristas e muitos outros, nasceu o Operador Logístico tal qual o é em todo o mundo, como Third Party Logistics Provider (3PL), tropicalizado para nossa realidade com a seguinte taxionomia:

“Operador Logístico (OL) é a pessoa jurídica capacitada a prestar, através de um ou mais contratos, por meios próprios e/ou por intermédio de terceiros, os serviços de transporte (em qualquer modal), armazenagem (em qualquer condição física ou regime fiscal) e gestão de estoques (utilizando sistemas e tecnologia adequada).”

Desse estudo, além de uma extensa agenda de projetos, resultou uma minuta de projeto de lei (PL) que viria a expandir e dar transparência e publicidade à definição do Operador Logístico, suas atividades, espectro de atuação e responsabilidades, tendo ainda o condão de modernizar o Decreto no. 1.102 da armazenagem geral, datado de 21 de novembro de 1903.

Esse projeto de lei já foi apresentado ao ministro Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, secretários de sua pasta, bem assim ao Ministério da Economia, através de suas secretarias de desburocratização, gestão digital, competitividade e modernização, além de parlamentares das duas casas. Esperamos que muito em breve possamos tê-lo em tramitação e sancionado para trazer maior segurança jurídica ao setor, permitindo angariar mais investimentos, gerando ainda mais emprego e renda para a economia.

Assim vem sendo edificada nossa entidade, estruturada na ética empresarial e associativa, com profundo respeito às leis nacionais e internacionais, compromisso com a verdade e a transparência, comprometimento com a livre concorrência, valorizando as pessoas, estando comprometidos com a inovação, boas práticas e desenvolvimento tecnológico, com elevado respeito aos associados e parceiros, sempre destacando nossa atuação responsável, que esteja caracterizada pelo desenvolvimento sustentável, quer seja incentivando sempre, as políticas inclusivas.

Nesses anos, uma intensa agenda de projetos e congressos com os principais executivos das nossas empresas associadas, bem assim com seus colaboradores, marcaram nosso compromisso com o conhecimento e planejamento estruturado. Nessa linha, ampliamos fronteiras filiando-nos à Associação Latino-americana de Logística (ALALOG) e Câmara Interamericana de Transportes (CIT), tendo participado de muitos fóruns técnicos na Europa e Américas.

Ao completarmos oito anos nesse próximo dia 17 de julho, temos muito a comemorar. Muitos órgãos intervenientes, anuentes e reguladores já reconhecem a atividade dos Operadores Logísticos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a Secretaria Estadual da Fazenda do Estado de São Paulo (SEFAZ-SP), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dentre outros, já inseriram a taxionomia do Operador Logísticos em suas normativas, portarias, regramentos etc, o que nos dá particular satisfação, por estarmos cumprindo nossa agenda e o compromisso assumido com nossos associados e setor em geral.

Em um setor que se consolida rapidamente, somamos hoje 29 associados, com uma representatividade expressiva no mercado, conforme estudo “Perfil dos Operadores Logísticos no Brasil” que será divulgado ainda neste mês de aniversário da ABOL.

Sinto-me um privilegiado de ter sido seu CEO desde o instante zero, desejando à nossa entidade vida longa com muito sucesso, contribuindo cada vez mais com o setor e com o desenvolvimento do Brasil.



São Paulo, 1 de julho de 2020



Carlos Cesar Meireles Vieira Filho\
Diretor Presidente | CEO

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