A CNT (Confederação Nacional do Transporte) publicou, nesta sexta-feira (17), o Boletim de Conjuntura Econômica – Maio 2024. O informe técnico, já disponível para consulta, atualiza o transportador sobre os principais indicadores econômicos do Brasil e seus impactos para o setor. Entre os destaques dessa edição, está a evolução positiva do mercado de trabalho no setor transportador.
Em todo o Brasil, no mês de março, foram criados 244.315 empregos com carteira assinada. Só no transporte, foram geradas 21.011 ocupações formais, desempenho que segue superando o mesmo mês nos anos anteriores: 2023 (19.974) e 2022 (10.593).
Levando em conta o acumulado de janeiro a março de 2024, esse número no setor salta para 31.847, sendo que 22.561 dessas ocupações foram no transporte rodoviário de cargas. Em março, o modal teve 17.617 postos de trabalho, volume bem maior que o mês anterior, 4.809.
O rodoviário de passageiros urbano (1.991) e em regime de fretamento (1.736) também se destacaram. A maior perda de postos no transporte, em março, foi observada para o metroferroviário de passageiros (-298).
Todos os saldos de emprego levam em consideração a diferença entre admissões e desligamentos. Os dados elaborados pela CNT levam em consideração a movimentação do emprego atualizada pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados)
Inflação
Em abril, o nível geral de preços medido pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) aumentou 0,38%, uma inflação maior do que a observada em março, de 0,16%.
A expectativa de mercado, reportada no Boletim Focus, do Banco Central, de 10/05/2024, é de 3,76% para o IPCA no fechamento de 2024, e de 9,75% para a taxa Selic.
No grupo de transporte, a inflação mensal foi de 0,14% em abril. O acumulado de 12 meses também diminuiu, de 3,70% para 3,27%. Já para o óleo diesel, o índice acumulado em 12 meses apontou aumento de 1,35% nos preços, primeiro registro positivo desde fevereiro de 2023 (12,62%).
Desoneração
A nova edição do Boletim de Conjuntura Econômica também destaca as implicações da suspensão, por parte do STF, da prorrogação da desoneração da folha de pagamentos de municípios e de diversos setores produtivos até 2027.
Em consulta às empresas de transporte rodoviário de cargas e urbano de passageiros, a CNT constatou que a reoneração da folha de pagamentos elevará significativamente o imposto devido pelas empresas de transporte. O impacto sobre a receita varia de 2% a 6%. Ou seja, atualmente, as empresas contribuem com 1,5% sobre a receita e passarão a contribuir com até 6% para fins previdenciários (seguridade social). Confira o posicionamento da CNT.
Após mobilização dos setores impactados pela medida, o governo anunciou a reoneração gradual a partir de 2025.
Fonte: CNT