18/09/2020

Grupos evitam falar em privatização dos Correios

 Grupos evitam falar em privatização dos Correios


Ações do Magazine Luiza tiveram queda após o ministro das Comunicações citar a empresa como interessada na aquisição\
A fala do ministro das Comunicações, Fabio Faria (PSD), de que o Magazine Luiza, a Amazon, a DHL e FedEx têm interesse em comprar os Correios surpreendeu o setor de logística.

“O importante é que já tem cinco players interessados. O Magalu é um deles, a Amazon, a DHL e FedEx. Já tem pessoas, grupos interessados na aquisição dos Correios, então isso é importante, porque não teremos um processo de privatização vazio”, disse Faria em uma transmissão nas redes sociais na noite de quarta-feira, sem revelar a quinta interessada. Fontes do setor logístico ouvidas pelo Valor disseram não ter informação sobre isso.

Consultado, o Magazine Luiza, que é um dos maiores clientes da estatal, disse que não comentaria. A Amazon afirmou que “não comenta rumores ou especulações”. O tom foi similar ao da DHL. “Não comentamos sobre especulações de mercado e potenciais fusões e aquisições”. A empresa completou que, no momento, não tem planos de crescer seu negócio postal por meio de privatizações e de outros serviços postais estrangeiros. Já a FedEx disse que monitora o mercado por oportunidades, mas que não comenta especulações acerca da estratégia de negócio.

Na B3, a ação do Magazine Luiza fechou em queda de 2,30%, a R$ 87,12. Foi um dos maiores giros financeiros do Ibovespa, de R$ 1 bilhão, e ficou pouco acima dos R$ 822 milhões do papel no pregão anterior. O valor não é distante da média do ano, de cerca de R$ 800 milhões, e é até superado pelo volume de segunda-feira, de R$ 1,12 bilhão.

“É superembrionário. De qualquer forma, notícias como essa geram impacto no mercado”, diz Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos. Já o analista da Guide Investimentos, Henrique Esteter, afirma que a fala deixou os investidores atentos, mas não se pode atribuir a queda do papel da varejista a isso. “A notícia é um tanto curiosa, mas falta muita informação. O que me veio na hora à cabeça foi a frase do Trajano de não se surpreender com as aquisições”. Esterter se refere à fala do presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, em teleconferência sobre o segundo trimestre: “Não se surpreendam com o negócio que podemos comprar”.

Mas os dois analistas de ações destacam que o pregão foi de oscilação para varejo, com o mercado externo fraco pesando. A B2W, por exemplo, fechou em queda de 1,21%, para R$ 97,31, e a Lojas Americanas caiu 2,36%, a R$ 30,15. A Via Varejo recuou menos: 0,22%, para R$ 18,12.

Em entrevista ao Valor no mês passado, ao ser questionado sobre a greve dos Correios, Trajano afirmou que a estatal é importante, mas que a varejista depende cada vez menos dela. A empresa tem usado cada vez mais a Logbee, sua empresa de logística e distribuição, que opera com 4 mil mini e microtransportadoras.

Marcos Alves, vice-presidente da Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap), argumenta que “dificilmente as empresas de ‘marketplace’ \shopping digital] gostariam de desfocar seu negócio para assumir os encargos de um operador postal, com compromissos de universalização”. Para ele, esse varejistas não deveriam ser expostos “indevidamente” na discussão, que é “intempestiva”, já que os estudos de privatização começaram há pouco.

Fonte: [Valor Econômico

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