08/11/2021

Fim dos problemas nas cadeias globais de abastecimento ainda está distante

 Fim dos problemas nas cadeias globais de abastecimento ainda está distante


As empresas que se esforçaram para colocar seus produtos nas lojas e centros de distribuição antes da temporada de compras de fim de ano, agora começam a avaliar que o fim dos problemas que têm afetado suas cadeias de abastecimento ainda está bem distante.

Trata-se de uma questão crucial para varejistas e fabricantes que planejam estratégias de investimentos, compras e produção para o ano que vem. Comentários de executivos de empresas sobre os resultados trimestrais mais recentes e entrevistas com especialistas em logística sugerem que as expectativas de alívio estão sendo cada vez mais empurradas para 2022 e até mesmo além.

Muitas empresas apontaram problemas nas cadeias de abastecimento como entraves aos lucros. Há sinais crescentes de que problemas como congestionamentos em portos, a dificuldade de se conseguir motoristas de caminhões, a lentidão nas entregas dos fornecedores e o aumento dos custos das matérias-primas e componentes como semicondutores estão afetando a economia como um todo.

Empresas como Clorox, Majestica Steel USA, a fabricante de aquecedores de água A.O Smith Corp e a varejista de roupas Under Armour estão realizando mudanças nas operações e no fornecimento que vão durar além dos gargalos atuais, num sinal de que medidas paliativas em resposta à falta de matérias-primas e problemas no transporte estão sendo incorporadas às operações.

“Acreditamos que os problemas na cadeia de abastecimento persistirão no mercado até o segundo semestre de 2022, antes de eles começarem a diminuir”, disse Tarek A. Robbiati, diretor financeiro da companhia de Tecnologia da Informação Hewlett Packard Enterprise, em uma reunião com analistas em 28 de outubro.

A Under Armour diz que reduziu sua carteira de pedidos para o segundo e terceiro trimestres de 2022. “Estamos tomando precauções para atravessar parte da volatilidade e interrupções nos negócios previstas para o primeiro semestre de 2022”, disse David Bergman, diretor financeiro da companhia e uma teleconferência na terça-feira.

A Ford está se “planejando para uma maior permutabilidade e capacidade de substituição”, garantindo também múltiplos fornecedores de componentes, disse Hau Thai-Tang, seu diretor operacional e de plataforma de produtos, em uma reunião com investidores na segunda-feira.

Especialistas em logística afirmam que a natureza interconectada das cadeias de abastecimento significa que não há uma solução rápida para a retomada do fluxo constante de mercadorias na economia mundial.

“Não esperamos nenhum alívio até o fim de 2022”, disse Sara Banks, da consultoria Accenture. “Mas os problemas contínuos nas cadeias de abastecimento colocam em dúvida se isso ainda é possível. Há alguns sinais positivos, mas ainda é uma incógnita quanto tempo ainda estaremos nessa situação.”

Banks disse que o desmanche dos nós nas cadeias de abastecimento dependerá pelo menos em parte de resolver o problema do impacto da pandemia de covid-19 na economia e nas operações das fábricas e portos.

“Há questões econômicas maiores que ditam a oferta e a demanda”, disse Banks. “Apenas quando ficar claro como levaremos nossas vidas com a covid-19, saberemos como as cadeias de abastecimento ficarão.”

Lisa Ellram, professora de gestão de cadeias de abastecimento da Farmer School of Business da Universidade de Miami em Oxford, Ohio, diz que as operações de cadeias de abastecimento poderão estar mais perto da normalidade no quarto trimestre do ano que vem. Mas em razão de ainda haver a possibilidade de novos lockdowns e outros impactos da pandemia, ela avalia que a covid-19 continua sendo “a grande incógnita”.

Operadores de cadeias de abastecimento afirmam que os gargalos continuarão enquanto não houver trabalhadores suficientes para as operações de transporte, portos e armazéns.

“Não tentarei fazer um prognóstico sobre quando isso terminará, mas acredito que ainda vai se estender por um bom tempo”, disse Bob Biesterfeld, diretor-presidente da C.H. Robinson Worldwide, a maior corretora de fretes dos EUA, na teleconferência da companhia sobre os resultados do terceiro trimestre.



Fonte: Valor Econômico

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