19/10/2020

Blockchain reforça segurança em transações de naturezas distintas

 Blockchain reforça segurança em transações de naturezas distintas


Tecnologia poderá ser aliada de setores que precisam zelar pela proteção de dados pessoais e sensíveis

Embora esteja muito ligada ao ambiente de transações de criptomoedas, a tecnologia de blockchain é apontada por especialistas em segurança como uma tendência de futuro para a validação e a certificação de contratos e negociações de natureza distintas.

Na prática, a tecnologia pode ser comparada a uma espécie de livro razão ou livro contábil público e distribuído, com o registro de transações por algoritmos que impedem a alteração dos dados originais. Ferramenta já utilizada por muitas fintechs, a blockchain é uma forma descentralizada de realizar transações financeiras com segurança.

Almir Meira Alves, diretor acadêmico da CE Cyber, centro de capacitação em cibersegurança, diz que a blockchain terá um papel importante na área de saúde com relação ao cumprimento de leis relacionadas à proteção de dados, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), vigente desde setembro passado. “O registro médico é o item mais sensível com relação a leis de proteção de dados, porque ele contém dados pessoais, dados sensíveis e dados super sensíveis, referentes a crianças e pessoas com doenças muito graves. A tecnologia de blockchain pode ajudar muito a garantir a proteção desse tipo de informação”, afirma Alves.

Na próxima década, a blockchain tende a ganhar mais importância no cenário de cibersegurança, segundo Alves. Ele destaca que o potencial para ocupar o lugar dos certificados digitais. “Essa tecnologia é tão importante que pode, em dez anos, substituir os certificados digitais, garantindo os mesmos níveis de segurança e com menos recursos computacionais, por descentralizar a operação”, afirma.

Para Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação, a blockchain traz a confiança embutida em algoritmo, em códigos, que deverá ser mais aplicada em transações relacionadas a contratos no âmbito cível.

“Acho que os maiores interessados em blockchain serão as grandes instituições financeiras, porque poderão reduzir custos transacionais. Mas enxergo a adoção da tecnologia em larga escala no que ser refere a propriedade intelectual, registros de marcas e patentes e celebração de contratos na esfera cível”, explica Igreja.

O setor de logística também será, na visão de Igreja, outro grande beneficiado pela blockchain. “Vamos começar a ver cadeias de blockchain privadas, principalmente no mundo da logística. Há um estudo muito interessante do HSBC mostrando que o transporte de um contêiner de Hong Kong para outra parte do mundo passa por centenas de etapas de documentos, e que, se esse processo apresentasse um fluxo de blockchain, haveria uma economia enorme”, comenta Igreja.

De acordo com Eduardo Terzariol, gerente de software da Logicalis, a tecnologia de blockchain ganha relevância pelo alto nível de confiança que ela confere às transações. Terzariol ressalta que, no ambiente com blockchain, o software executa o que está escrito, garantindo que tudo ocorrerá exatamente como foi estabelecido entre as partes.

Apesar de considerar que a tecnologia atingiu um grau de maturidade, o gerente de software da Logicalis enxerga ainda um longo caminho de evolução para que sua adoção se torne massiva.

“As fintechs têm um papel importante para a acelerar o uso da blockchain, porque é uma tecnologia que simplifica processos, ao mesmo tempo que traz segurança. Acho que vai haver uma utilização expressiva da tecnologia no Brasil, a incógnita é a velocidade dessa adoção”, afirma Terzariol.

Marco Carnut, CTO do Zro Bank, faz uma provocação quanto ao poder de descentralização da tecnologia blockchain. O executivo compara a tecnologia a um monstro de múltiplas cabeças que convergem ao invés de brigarem. “É nesse consenso que está a beleza da blockchain”, ressalta Carnut.

Fonte: Valor Econômico

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