Os Operadores Logísticos são responsáveis por cerca de 2 milhões de empregos diretos e indiretos no País. Em termos de quantidade de funcionários, os OLs variam de tamanho, com alguns possuindo mais de 10 mil funcionários em território brasileiro e outros com menos de 50 colaboradores. Isso reflete a diversidade do setor e permite que ele ofereça serviços para clientes com perfis variados.
As empresas hoje demandam talentos aptos a enfrentar os complexos desafios do setor e capazes de impulsionar o crescimento dos negócios, sobretudo em um momento de constante de inovação tecnológica.
Na análise dos especialistas da Robert Half, líder mundial em recrutamento especializado, responsáveis pelos processos seletivos na Baixada Santista, os segmentos, além do próprio setor logístico, que lideram as contratações desses profissionais são:
- Varejo/e-commerce
- Bens de consumo
- Agronegócio
- Infraestrutura
Leia também: https://abolbrasil.org.br/noticias/noticias/profissional-deve-estar-por-dentro-da-agenda-esg
Aos interessados em conquistar um emprego, Leonardo Berto, gerente da operação da Robert Half na Baixada Santista, elenca alguns insights:
- Para ingressar na carreira, o mercado não costuma exigir um determinado curso de formação, mas o domínio de um segundo idioma muitas vezes é necessário. Na área de Logística, a fluência em outra língua praticamente dobra o número de oportunidades de emprego.
- Entre as principais formações dos profissionais de Logística, estão: Engenharia, Administração, Comércio Exterior ou Relações Internacionais.
- É uma interessante opção de carreira para quem está entrando agora no mercado, pois a realização de cursos tecnólogos já possibilita a participação em processos seletivos;
- É importante notar que profissionais com bagagem tecnológica sairão na frente e se manterão relevantes no futuro do trabalho, já que o processo de transformação digital exige atualização em relação às tecnologias que impactam direta ou indiretamente o dia a dia de trabalho;
- As empresas da região estão investindo em programas internos de capacitação. Além de promover o desenvolvimento de competências escassas no mercado, a prática fortalece a marca empregadora e auxilia nas estratégias de atração e retenção de talentos.
Leia também: https://abolbrasil.org.br/noticias/noticias/rv-imola-aumenta-em-40-contratacao-de-colaboradores-no-primeiro-semestre
Operadores Logísticos contrataram mais de 30 mil em 2022
Em 2022, os maiores Operadores Logísticos do País, filiados à ABOL, contrataram cerca de 30 mil novos colaboradores. O número é 58% maior do que o total de admissões feitas em 2021, quando o setor abriu 13 mil postos.
O resultado positivo acompanhou o incremento nacional verificado no ano passado, quando apenas nos primeiros sete meses, de janeiro a julho, mais de 94 mil novas vagas de emprego foram abertas pelo setor de Transporte, Armazenamento e Correios, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
Os dados representam alta de 64,8%, impulsionada, principalmente, pelo e-commerce. Desde o início da pandemia, as vendas online têm subido significativamente. Vale lembrar que o movimento de novas contratações também é sazonal, com picos em datas comemorativas, como natal, black friday e dia das mães.
Mais da metade das empresas destinou parte das vagas para funcionários temporários. De modo geral, os Operadores Logísticos costumam contratar mais pessoas em caráter permanente, oferecendo estabilidade aos seus colaboradores.
O último estudo realizado pela Associação com o perfil do OL no Brasil, divulgado em meados de 2022, apontou que para cada empregado terceirizado há 4,5 CLTs. Entre 2020 e 2021, proporcionalmente falando, a quantidade de funcionários CLT aumentou em relação à contratação de terceiros entre 2020 e 2021.
Operadores Logísticos sofrem com falta de qualificação
Os Operadores Logísticos ainda encontram algumas dificuldades na hora de contratar novos colaboradores. Entre os principais desafios mencionados pelas empresas estão a captação de talentos, profissionais qualificados, capacitação técnica e comportamental, localidade, supervalorização salarial de alguns setores e pouca adesão de público dos grupos de diversidade.
A carência de empregados habilitados também chegou a ser apontada na pesquisa com o perfil do OL, desenvolvida em parceria com o Instituto de Logística ILOS. Na ocasião, 45% dos entrevistados disseram que quase sempre esbarram em obstáculos na contratação de mão de obra especializada.
Contratação de estagiários pelos Operadores Logísticos
A contratação de estagiários também faz parte da rotina dos Operadores Logísticos. Apenas em 2022, 66,7% dos Operadores Logísticos admitiram até dez estudantes, enquanto outros 33,3% contrataram entre 10 e 20 graduandos.
Ao todo, cerca de 80% das empresas filiadas à ABOL contam com programa de estágio, apontou a sexta edição do Estudo Setorial ABOL encomendado à consultoria organizacional Korn Ferry. O material aponta que os OLs priorizam estudantes dos cursos de Administração, Economia, Engenharia e Tecnologia da Informação no processo seletivo. Falar inglês é considerado um diferencial. E o estágio pode ser o primeiro passo para uma carreira no setor. O estudo da Korn Ferry mostra que 37% dos estagiários são efetivados ao término do contrato.
O panorama do setor apresentado pela consultoria também traz à tona outra realidade no pós-pandemia, o home office. Quase a totalidade das empresas (92%) implantou políticas de trabalho remoto para a área corporativa. Outras 17% têm políticas para outros departamentos que possam trabalhar de forma remota. Entre as áreas nas quais se faz necessário pelo menos um colaborador trabalhar presencialmente todos os dias, a de tecnologia ficou em primeiro lugar, seguida de Recursos Humanos.
Operadores Logísticos e a Geração Z
A Geração Z, nascida aproximadamente entre 1995 e 2010, promete uma reviravolta no mercado de trabalho. Desde a contratação até a retenção na empresa, é preciso fugir dos padrões para atender aos anseios desses jovens que já ingressaram no século XXI.
Quando se trata do segmento de logística, os desafios dos recrutadores são ainda maiores. O primeiro sinal de mudança, garantem as filiadas à ABOL, é visto ainda na etapa inicial de admissão: não são mais as companhias que escolhem os candidatos. Agora, o caminho é inverso.
E reter a geração Z é uma das dificuldades encontradas pelos OLs. O motivo principal está na busca constante dos jovens pelo novo. Mas essa não é a única característica que desafia as empresas. Na hora de contratar esses colaboradores com hábitos diferenciados, os recrutadores se deparam com dificuldade de interação pessoal, conhecimentos geral e técnico ainda superficiais, além de pessoas à procura de ambientes mais descontraídos, benefícios diferentes dos tradicionais, qualidade de vida e rápido crescimento profissional.
Um levantamento feito pela ABOL revela que 38,5% dos Operadores Logísticos têm entre 11% e 20% do seu time de colaboradores formado por indivíduos da Geração Z. Enquanto 23,1% possuem entre 21% e 30% dos cargos ocupados pela Geração Z, 15,4% têm entre 30% e 40% dos funcionários nessa faixa etária, outros 15,4% tem apenas 10% de colaboradores da Geração Z e 7,7% têm 40% de nativos digitais dentro da sua empresa.
A Gerente de Gente & Gestão da Bravo Logística, Ana Tomé, classifica como desafiador lidar com o perfil da Geração Z. Ela comenta que esse grupo, pela inquietude que o caracteriza, espera assumir responsabilidades de entregas que deem visibilidade e, com isso, reconhecimento. E o tempo que se faz necessário para a conquista da maturidade profissional, não é levado em consideração.
Gostou do conteúdo? Quer saber mais? Acompanhe as publicações no site da ABOL, no www.abolbrasil.org.br.