O uso predominante e inevitável do modal rodoviário pelos Operadores Logísticos (OLs) foi enfatizado pela diretora executiva da ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos, Marcella Cunha, durante a sua participação, na manhã desta quarta-feira (07), na Bienal das Rodovias, em Brasília. Na ocasião, ela apontou que entre as principais atividades realizadas pelos OLs estão o Transporte Rodoviário Fechado de Cargas (92%) e o Fracionado (63%). A cabotagem fica apenas com 12%, o ferroviário com 5% e o aéreo nacional, com 27%. Vale destacar que o segmento é formado por por mais de 1.300 empresas, de pequeno, médio e grande portes.
Marcella integrou o painel "Sustentabilidade na relação com os usuários: o que os clientes esperam das concessões das rodovias?". Ao debater o tema, ela também mostrou a satisfação dos OLs associados à entidade diante das rodovias concedidas à iniciativa privada, considerando-as boas, regulares e ótimas. Por outro lado, foram mais críticos sobre as rodovias não concedidas, sendo vistas como regulares (50%), ruins e péssimas. “Ao contrário da pesquisa de 2023 da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que revela que boas e ótimas somam quase 23% dos respondentes”, mencionou a diretora executiva da ABOL.
De modo geral, 68% das companhias filiadas à Associação reconhecem que as concessões melhoraram a qualidade das vias, apesar do aumento dos custos, muito impactados pelos valores de alguns pedágios. “Os avanços percebidos estão nos quesitos infraestrutura e segurança em relação a acidentes, então consideramos, especificamente, melhor pavimentação e sinalização das vias, e maior responsividade em casos de acidentes”, disse Marcella.
Segundo ela, o único ponto da segurança ainda mal avaliado é o roubo de cargas e ele vai ao encontro das respostas dos OLs de que poderá haver melhor controle e monitoramento do tráfego. Receberam boas avaliações, como “as rodovias que deram certo”, a Autopista Régis Bittencourt (BR-116/SP/PR), a CCR Rio/SP (BR-116/101/SP/RJ), a Autopista Fernão Dias (BR-381/MG/SP) e a Ecovias do Cerrado (BR-364/365/MG/GO)
"Concluímos que as rodovias concedidas acabam compensando, pois trazem menor prejuízos aos OL na conta final, quando consideramos valor de pedágio, custos com manutenção e gastos com consumo extra de diesel em pavimentações em má condições".