10/11/2024

Acúmulo de cargas em Guarulhos gera improdutividade, desabastecimento e jornadas de trabalho excessivas



Improdutividade para as empresas, motoristas expostos a condições fitossanitárias e jornadas de trabalho excessivas, desabastecimento, risco securitário e tratamentos médicos interrompidos em todo o País. Estes são os principais impactos gerados pelo acúmulo de cargas no terminal de cargas do Aeroporto de Guarulhos, administrado pela Concessionária GRU Airport, relataram empresas filiadas à Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL). Entre as justificativas está o alto volume considerado inesperado, apesar de se repetir todos os anos, sem um plano de ação para atender o aumento da demanda. O terminal é responsável pelo maior volume de exportações por via aérea do Brasil. 


Segundo os OLs, o prazo para liberação das mercadorias tem sido, em média, de cinco dias, mas em alguns casos já se estendeu até 11, quando normal seria, no máximo, 48 horas. Há cargas perdidas desde 21 de outubro e a concessionária não consegue localizar. Algumas empresas precisaram recorrer à Justiça para conseguir a liberação da sua mercadoria. Vale destacar que, após o veículo ingressar na instalação e ser associado ao sistema do aeroporto, não há mais a possibilidade de retirar ou trocar o automóvel, até que ele possa ser retirado do local. 


Isso significa impedir que o OL faça outras entregas, gerando improdutividade. Cerca de 50 veículos já ficaram parados esperando liberação. De acordo com os operadores, o impacto deste cenário é imensurável e envolve a impossibilidade de reaproveitamento dos veículos que ficam dias retidos, sendo necessária a contratação de novas carretas para as demais operações das empresas; pagamento de mais diárias aos motoristas que estão na espera das cargas; e uma real dificuldade de repassar os custos totais, a mais, para os clientes.


“O veículo fica parado e, consequentemente, o motorista também. Ou seja, acabamos expondo o trabalhador a uma jornada que não condiz com a própria legislação. Como o processo está super colapsado, as condições sanitárias do local também não estão propícias. Lembrando que o desembaraço da carga é autorizado pelos órgãos intervenientes e isso só vai acontecer quando ela for encontrada. Hoje, um dos grandes gargalos é justamente conseguir encontrar  a carga certa”, explicou a diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha. 


A Associação, em parceria com NTC&Logística e o SETCESP (Sindicato das Empresas de Transporte de São Paulo), está tentando agendar uma reunião com o Ministério dos Portos e Aeroportos em busca de solução para reverter o cenário, cujos prejuízos podem custar a vida ou o andamento do tratamento dos pacientes à espera dos medicamentos parados no GRU. 


“Além disso, precisamos controlar a temperatura desses fármacos para que não sejam inutilizados ou prejudiciais aos pacientes. A retenção de matérias primas também impacta os negócios e o Brasil como um todo. Os clientes ficam desesperados em perder a mercadoria e não atender aos clientes finais. Precisamos de um plano de contingenciamento emergencial. De forma mais duradoura, deveriam ser feitos investimentos em processos, pessoas e infraestrutura, já que hoje temos armazéns muito antigos”, observou Marcella. 


O GRU chegou a tomar uma medida paliativa, suspendendo o recebimento de cargas secas entre os últimos dias 7 e 11 de novembro. No entanto, a solução momentânea não resolve o problema. “A restrição permitiu a redução no volume de cargas paradas no terminal, porém com o fim do prazo, os OLs, já começaram a sentir a lentidão novamente. A expectativa é de que tenhamos novos cenários de caos. Medidas estruturais devem ser priorizadas”, reforçou a diretora executiva da ABOL. 



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