10/05/2022

Exportações da China desaceleram com lockdowns e queda na demanda

 Exportações da China desaceleram com lockdowns e queda na demanda



O comércio da China com o restante do mundo desacelerou em abril, quando os lockdowns contra a covid-19 fecharam fábricas e afetaram as cadeias de suprimentos, aumentando os temores em relação ao ritmo de crescimento da segunda maior economia global.


A desaceleração também reflete a queda da demanda externa, à medida que a alta inflação afeta os gastos dos consumidores nos Estados Unidos e na Europa, dizem economistas. O movimento também ressalta as dificuldades da economia global, que enfrenta um aumento das taxas de juros em vários países e a invasão da Ucrânia pela Rússia.


As exportações da China aumentaram apenas 3,9% em relação ao ano anterior em abril, mostraram dados divulgados nesta quarta-feira, um recuo acentuado em relação ao crescimento de 14,7% registrado em março. Esta foi a cifra mais baixa em quase dois anos, mas ficou dentro das expectativas de economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”.


Já as importações ficaram estáveis em abril em relação ao ano anterior, após a queda de 0,1% em março, também em base anual. Esse resultado foi melhor do que o recuo de 3% esperado pelos economistas consultados pelo “WSJ”.


Na comparação mensal, no entanto, as exportações caíram 0,9% em abril ante março, enquanto as importações recuaram 2,7%, ressaltando o impacto dos lockdowns sobre importantes cidades chinesas, como Xangai.


O principal centro financeiro chinês, com 25 milhões de habitantes, está sob fortes restrições há mais de um mês, enquanto as autoridades tentam reduzir o número de casos.


A Tesla fechou uma fábrica na cidade por três meses durante abril, enquanto a Robert Bosch GmbH e a BASF relataram dificuldades em adquirir componentes devido à escassez de caminhões e à paralisação das atividades de alguns de seus fornecedores.


Xangai não foi a única cidade afetada pela estratégia de “covid zero” de Pequim, com dezenas de cidades experimentando algum grau de restrição às atividades econômica e social.


O boletim sobre o comércio divulgado nesta segunda-feira se soma a uma série de dados pessimistas sobre a economia da China. Pesquisas com gestores dos setores de serviços e manufatura já haviam apontado uma forte desaceleração da atividade no mês passado.


A Câmara Americana de Comércio na China publicou uma pesquisa nesta segunda-feira em que mais da metade das 121 empresas consultadas disse ter atrasado ou reduzido o investimento no país em resposta aos últimos surtos de covid-19. Além disso, 58% das companhias esperam que as receitas neste ano sejam menores do que o previsto


Quase 60% das empresas entrevistadas disseram que ainda não estão operando em plena capacidade na China, citando escassez de pessoal e dificuldades logísticas, segundo a pesquisa, realizada entre o final de abril e o início de maio.


Alguns economistas dizem que os dados oficiais subestimam a extensão da desaceleração do comércio da China. Ajustando as cifras pela inflação e pelos efeitos sazonais, analistas da Capital Economics estimam que as exportações chinesas caíram 3,3% em volume em abril, enquanto as importações recuaram 4,9%.


Julian Evans-Pritchard, economista para China da Capital Economics, disse em nota que não acredita que as exportações se recuperem muito, mesmo com a flexibilização das restrições contra a covid-19.


Para ele, a demanda por bens continuará caindo à medida que os consumidores voltam a comer fora de casa e a gastar com férias e outros serviços. Além disso, a inflação alta e as taxas de juros crescentes nos EUA e em outros mercados-chave pesarão sobre a renda familiar.


Rene Ruan, gerente da New Tec Integration Xiamen Co., que vende cadeiras e mesas para outras partes da Ásia e da Europa, disse estar cautelosa com as perspectivas futuras após um período de rápida expansão depois do choque inicial da pandemia.


“É muito difícil manter o crescimento rápido para sempre”, disse ela, acrescentando que espera que as vendas caiam no segundo semestre.


Fonte: Valor Econômico



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