Entidade jovem, a Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) completou 11 anos na segunda-feira, dia 17 de julho, e, apesar do pouco tempo de existência, já reúne 32 associados nacionais e multinacionais engajados em ações efetivas, como a mitigação das emissões de gases causadores do efeito estufa e a digitalização de processos para ganhos de eficiência operacional.
Dentre os principais marcos do trabalho da ABOL nos últimos anos estão a aprovação do Projeto de Lei 3.757/20 no âmbito da Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara dos Deputados, dando início à tramitação do marco regulatório do setor, a adesão ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e a realização de seminários e missões internacionais, ampliando o diálogo com agentes públicos e aperfeiçoando o benchmarking dos operadores logísticos.
A associação trabalha em conjunto com os associados para uma atuação moderna, a partir de uma agenda de desenvolvimento sustentável. De acordo com a diretora-executiva da ABOL, Marcella Cunha, os operadores logísticos já estão mirando o mercado de carbono quando sua regulamentação for finalizada aqui no Brasil.
“Somos conscientes do fato de que é o serviço de transporte de carga onde mais poluímos – em particular o rodoviário – e também onde estão as maiores dificuldades para a operacionalização dessa mudança em função de limitações técnicas e econômicas”.
Nesse sentido, o principal foco dos operadores logísticos é a eletrificação de veículos leves para as entregas de “last mile” (última milha). “Há operadores que já estabeleceram metas agressivas nesse sentido, anunciando que, nos próximos quatro ou cinco anos, 100% da frota leve será elétrica”.
Entre os principais desafios para a eletrificação das frotas estão as dificuldades de autonomia e de conhecimento técnico sobre as particularidades dos veículos e de suas baterias.
Os operadores logísticos também estão investindo recursos e pesquisas para a utilização de fontes renováveis de energia, incluindo a adoção de placas fotovoltaicas instaladas em armazéns, galpões e centros de distribuição.
“Com o intuito de ajudarmos os operadores logísticos a pensarem em soluções mais sistêmicas e permanentes, a ABOL criou o Grupo ESG no final de 2021. O grupo é formado por representantes dos associados, que atuam conosco de forma colaborativa, e também contamos com apoio de consultorias especializadas no assunto”, explica a diretora-executiva.
A digitalização e a adoção de softwares e sistemas são as estratégias do segmento destinadas a aumentar a eficiência operacional, favorecendo principalmente a redução de deslocamentos na última milha e a integração de sistemas de acompanhamento da carga em tempo real.
“Diante disso, os operadores buscam criar metodologias mais eficientes de formação de carga e otimização de rota, demandando menos recursos, garantindo um resultado positivo e, consequentemente, reduzindo os impactos ambientais”, enfatiza Marcella.
Iniciativas duradouras
Desde sua fundação, a Abol tem dedicado esforços na compilação de informações e na ampliação do relacionamento entre os agentes do segmento logístico, tendo hoje na presidência do Conselho de Administração Djalma Vilela, também presidente da associada Multilog. Em 2014, a Associação publicou a primeira edição da pesquisa “Perfil do Operador Logístico no Brasil”, que tornou-se bianual e desperta sempre grande curiosidade no mercado. No ano seguinte foi promovido o 1º Congresso ABOL, evento voltado aos profissionais C-Levels das associadas e realizado anualmente.
Em 2012, a fundação da ABOL contou com 16 dos então principais prestadores de serviços logísticos no Brasil, tendo como “mentor intelectual” o executivo Luís Augusto Ópice. Na ocasião, foram formados os conselhos Administrativo e Fiscal, tendo o primeiro Paulo Sarti, da Penske Logistics, como presidente, e Vasco Oliveira, da AGV Logística, como diretor-executivo.
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