A União de Vereadores da Baixada Santista (Uvebs) manifestou apoio ao projeto de um túnel sob o canal do porto ligando as cidades de Santos e Guarujá. Conforme o presidente da entidade, Betinho Andrade (PSDB), vereador em Praia Grande, a comitiva visitou o terminal de contêineres no estuário do Porto de Santos e conheceu detalhes do projeto.
Segundo ele, o projeto parece vantajoso em relação à proposta de interligar as duas margens do porto através de uma ponte. “Sob o aspecto técnico e de obra de engenharia fica comprovado que a melhor opção para a ligação seca é o projeto do túnel, principalmente para o desenvolvimento do porto nos próximos anos, pois não cria barreiras físicas no canal de navegação”, ponderou.
Pela proposta do governo estadual, apresentada em novembro de 2020 ao governo federal, a ponte terá um vão principal de 750 m – que se tornará o maior da América Latina – e com altura de 85 m a partir do nível do mar. Conforme a Secretaria de Logística e Transportes, as medidas eliminam qualquer interferência operacional no presente e no futuro, com as ampliações previstas no porto. O projeto será executado pela concessionária Ecovias, que já administra o Sistema Anchieta-Imigrantes.
As duas propostas se contrapõem e dividem opiniões. Andrade destacou que a definição pelo melhor projeto deve ser técnica e não política e disse que a Uvebs irá apresentar aos demais vereadores da Baixada Santista os detalhes do túnel imerso. “A classe política precisa ter o conhecimento da questão principal que é o desenvolvimento portuário”, garantiu.
Representantes da campanha ‘Vou de Túnel’, mobilização de mais de 30 empresas e associações de diferentes segmentos que defendem a alternativa, apresentaram o projeto e a situação atual para a obra do túnel imerso aos parlamentares.
Porta-voz da campanha, o consultor portuário Eduardo Lustoza destacou os impactos positivos do projeto do túnel para as comunidades dos municípios da Baixada Santista, como a segurança nas manobras dos navios no porto, a redução de 95% de desapropriações e os benefícios para a mobilidade urbana no trajeto entre Santos e Guarujá.
“O túnel imerso atenderá mais de 40 mil pessoas por dia e reduzirá em 25 minutos o tempo de travessia em relação à ponte. O trajeto entre as cidades passará a ser feito em menos de cinco minutos e desafogará as filas na balsa. Com distância de apenas 1,7 km e localização estratégica, o túnel é também uma opção mais econômica e tem menor custo do que o projeto da ponte (R$ 2,5 bilhões do túnel, contra R$ 3,9 bilhões da ponte)”, completou Lustoza.
Outro porta-voz, o engenheiro naval Casemiro Tércio Carvalho afirmou que a visita contou com representantes das Câmaras dos nove municípios da Baixada Santista. “A visita técnica foi importante para apresentar e esclarecer as atualizações do projeto do túnel e as novas informações em contraposição ao projeto da ponte. Uma oportunidade de mostrar aos vereadores a importância da geração de emprego e as melhorias para a qualidade de vida dos moradores da Baixada, disse”.
O presidente da Câmara de Santos, vereador Adilson Júnior (PP), também considera o túnel a melhor alternativa para ligação seca e lembrou que não existe no mundo uma indicação de ponte em área portuária. “Uma ponte na região apresenta questões como desapropriação maior, interferência urbanística mais agressiva e impede mais um eixo de desenvolvimento econômico para a região por inviabilizar um novo aeroporto no Guarujá”, disse.
PONTE – Já a pasta estadual de Logística e Transportes afirma que a interligação das margens por ponte é adequada a qualquer possível ampliação do porto, além de ser compatível com a linha férrea e melhorar o acesso ao aeroporto de Guarujá.
Segundo a secretaria, a ponte reduzirá o percurso entre Santos e Guarujá dos atuais 45 km para menos de 20 e otimizará em 50% o serviço de balsas, além de reduzir de uma hora para 20 minutos o tempo de viagem das cargas.
A obra, que vai gerar 4 mil empregos diretos e indiretos, terá o custo bancado pela concessionária. Hoje, 10 mil caminhões passam pela rodovia Cônego Domênico Rangoni diariamente. Cerca de 60% desse movimento serão absorvidos pela nova estrutura, que terá 7,5 km de extensão, sendo 1,1 km de travessia em ponte pênsil e o restante em viadutos.
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