31/03/2021

Primeira live do Conselho Internacional do Brasil Export traz Primeira live do Conselho Internacional do Brasil Export traz

 Primeira live do Conselho Internacional do Brasil Export traz Primeira live do Conselho Internacional do Brasil Export traz


Em seu penúltimo dia como diretor presidente e CEO da ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos, Cesar Meireles, mediou, nesta terça-feira, a primeira live do Conselho Internacional do Brasil Export, cuja presidência foi assumida pelo executivo recentemente.

O encontro virtual teve como tema Conectividade das nações no âmbito da infraestrutura, logística e tecnologia, nos próximos dez anos. Para falar sobre o assunto, foram convidados Cláudio Frischtak, economista e presidente da Inter. B – Consultoria Internacional de Negócios, Nadir Moreno, presidente da UPS Brasil, e Roberto Giannetti da Fonseca, economista, sócio-fundador da KWP Energia e presidente da Kaduna Consultoria.

A abertura foi feita pelo CEO do Brasil Export, Fabricio Julião, que aproveitou a oportunidade para agradecer Meireles pelo grande legado deixado ao setor, após oitos anos e meio à frente da ABOL. “Costumo dizer que o nome dele é Carlos Cesar Abol Meireles. Parabéns pelas grandes conquistas e obrigado por toda a dedicação”, destacou Julião.

Antes de chamar os participantes, Meireles fez uma breve exposição, instigando os debates e questionando a nova realidade que está por vir. “Como conectar ou reconectar as nações através da infraestrutura logística inteligente e da tecnologia de ponta? No último dia 23 de março, um mega-carrier conteineiro encalhou e fechou o Canal de Suez por seis dias. Para uma obra de 151 anos com a realidade atual tão distinta do período da sua fundação, luzes amarelas acenderam para uns e vermelhas para outras. Qual será o real impacto disso tudo na conectividade entre as nações?”

Para o executivo, não é mais possível sermos um país ainda muito fechado! Na América Latina, é inadmissível ainda estarmos, em muitos projetos de costas uns para os outros, pois todos formamos um bloco de inúmeras oportunidades. “O Brasil e o mundo estão na virada do modelo energético e estamos diante da era 5G. Como será, então, o novo normal? Veículos elétricos, carros, caminhões, drones, aviões, navios, alguns não tripulados, já são uma realidade irreversível no mundo e já atingiram o non return point! E no Brasil como será?

Segundo ele, a tragédia da pandemia, que já ingressa no segundo ano, mudou a lógica mundial, mexeu no just in time e mexeu também na matriz de produção para muitos setores. “O e-commerce mostrou-se dinâmico, voraz e irreversível nessa conectividade global. Queremos vacinas, queremos o retorno da normalidade da vida, mas como conectar esse mundo nessa nova realidade? Infraestrutura, logística e tecnologia são matérias de fato amalgamadas?”.

As respostas ficaram para os especialistas. Frischtak observou que a infraestrutura de transportes no Brasil apresenta gargalos que remontam ao século XIX. De 2001 a 2020, disse o economista, a média de investimentos no setor foi o equivalente a 0,67% do PIB. “É muito pouco, deveríamos estar investindo 1,95% do PIB, segundo cálculos da consultoria e publicados pelo IPEA. É um gap de 96 bilhões de reais por ano, incluindo todos os modais e também a mobilidade urbana”.

"Para chegarmos a um nível razoável em matéria de infraestrutura logística, deveríamos investir cerca de 1,95% do PIB por 20 anos seguidos, e não me refiro à níveis fronteiriços, apenas razoáveis", enfatiza Frischtak.

No setor de telecomunicações, o gap é menor, o que não significa menor importância, tendo o Brasil investido 0,56% do PIB em média nos últimos 20 anos, um pouco abaixo do índice de 0,71% esperado e calculado pelo instituto de pesquisas. O economista destacou a necessidade de atrair investimentos privados, já que o Poder Público não dará conta de atender a esses aportes. Os investimentos, ressaltou, também precisam ser contínuos para que o País possa modernizar sua infraestrutura de transportes e de telecomunicações.

Com a responsabilidade de comandar no Brasil as operações de uma companhia com presença em 220 países e com uma frota superior a 100 mil veículos, Nadir Moreno afirmou que tecnologia e inovação são os dois fatores essenciais para proporcionar a aceleração dos negócios e a mitigação de barreiras comerciais. “A UPS está focada em transformação. Em 114 anos de existência tivemos 4 ou 5 transformações distintas, preparando a empresa para o futuro, mas desta vez \[a transformação] é contínua e estamos nos movendo mais rápido do que nunca”.

As pequenas e médias empresas estão muito envolvidas com o comércio eletrônico e buscam soluções logísticas para crescer e superar obstáculos comerciais. A empresa já dispõe de mais de 8 mil veículos com tecnologia avançada e combustível alternativo. De acordo com Nadir, o uso de caminhões e carros autônomos pode reduzir custos médios em até 30% nas operações nos Estados Unidos, além de colaborar para minimizar congestionamentos e poluição nas comunidades em que atuam.

Com passagens marcantes por órgãos de Governo, Roberto Giannetti enfatizou que a sociedade precisa pressionar o Poder Público para a implantação da tecnologia 5G no País. A previsão é de que o 5G impulsione o crescimento do PIB global em US$ 3 trilhões no período de 2020-2025. Segundo o economista, essa é uma grande oportunidade para o Brasil agir e recuperar mais rapidamente a sua economia. Do contrário, ficará para trás no ambiente mundial de competição. “O investidor gosta de chão firme, gosta de previsibilidade, e isso está um pouco prejudicado no momento com a instabilidade macroeconômica atual”.

Giannetti também utilizou o espaço para dizer que os brasileiros precisam aprender a ter cultura exportadora. “Costumo usar uma frase que é: ‘não basta ser competitivo, é preciso vender melhor'”. E nesse momento, prosseguiu, de ociosidade da indústria, de desemprego e de câmbio a R$ 5,80 \[por US$ 1] as exportações de produtos manufaturados estão caindo. Isso acontece, segundo Giannetti, por “falta de ânimo exportador” e por falta de uma política governamental eficiente de comércio exterior. “Coreia e China exportavam igual ao Brasil em 1985, em torno de 25 bilhões de dólares. E olha hoje, 35 anos depois: eles nos dão de goleada, 7 a 1. Estamos passando vergonha no comércio exterior”.

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