O Governo do Estado planeja a construção de uma nova rodovia e até uma ferrovia entre o Rodoanel, na Grande São Paulo, e a Baixada Santista – mais precisamente na Margem Esquerda do Porto de Santos. A expectativa é de que a estrada tenha aproximadamente 40 quilômetros e oito pistas (quatro para descida e quatro para subida) e a ferrovia, duas linhas. O edital de chamamento público para que empresas manifestem interesse no projeto será publicado amanhã, no Diário Oficial do Estado.
A informação foi dada pelo secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, em entrevista exclusiva para A Tribuna. Ele acredita que – em Expectativa otimista - é possível ter a obra pronta em seis anos. A ideia inicial é que a iniciativa privada construa e fique com a concessão do novo acesso por 30 anos, renováveis por igual período.
Os prazos, porém, ainda estão em aberto, assim como custos e detalhes da nova rodovia.Tudo isso dependerá do que será apresentado pelos consórcios interessados, que terão 30 dias para se manifestar.
Uma ou mais propostas podem ser aprovadas e unificadas e, a partir disso, a
execução do projeto deverá levar dois anos. Antes de iniciar os trabalhos, ainda
haverá necessidade de licenciamento ambiental. “Haverá um estudo, por
parte do Governo do Estado, dos projetos apresentados. Pode ser que o projeto final
seja uma somatória das partes de cada projeto.Aí o edital prevê separação por entregáveis e vamos remunerar cada empresa de acordo com o que usamos de cada uma, proporcionalmente. Quem ganhar a licitaçãopagaisso”,explicaosecretário.
PRIORIZAR CARGAS
De acordo com Machado Neto, o principal objetivo do projeto é criar um novo
acesso caminhões Margem Esquerda do Porto(localizada em Guarujá e na
Área Continental de Santos), desafogando o Sistema Anchieta-Imigrantes
(SAI). A nova rota não seria obrigatória para os veículos de carga, mas haveria uma
“seleção natural” por esse caminho, diz o secretário. O objetivo é que carros de
passeio também possam utilizar a estrada. Uma das ideias é que ela tenha ligação com a Rodovia Cônego Domênico Rangoni.
Para o secretário, o projeto é fundamental para o desenvolvimento portuário.“Hoje,a principal ligação que temos, o Sistema Anchieta-Imigrantes,chega na Margem Direita (Santos). A gente quer algo que chegue na Margem Esquerda, mais desafiador, com trecho de ferrovia entre o Planalto e o Porto, para ter contêineres ferroviários”, pontua. “Como crescer o Porto sem dar condição de chegar mais contêiner? Não Tem Lógica".
Machado Neto explica, porém, que a única condições que o Estado exigirá nesse processo é a ligação do Rodoanel com a Baixada Santista.“Não nos interessa uma solução urbana, queremos privilegiar cargas”, afirma. “Damos preferência para um projeto rodoferroviário.Mas não estamos cravando. Pode ser só rodoviário”, diz, ressaltando que a ideia surgiu na Secretaria e não é releitura de nenhum outro projeto já apresentado.
TECNOLOGIA
A expectativa é que o novo trajeto tenha uma infraestrutura futurista, com pontos para abastecimentos de veículos elétricos."Quem investir nesse projeto vai precisar trazer uma plataforma tecnológica muito sofisticada. Sinalização dinâmica, dispositivos e tintas inteligentes para sinalização horizontal e vertical,estrutura
de autossustentabilidade energética da rodovia, alimentação para os veículos",
citou o secretário.
Está prevista também toda a estrutura para cargas ao longo do trajeto, como
terminal de transbordo para a recepção de mercadorias ferroviárias e pátio de
manobras para trens.
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