Ministro das Comunicações usou a greve dos funcionários dos Correios como um argumento para a privatização
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou nesta quarta-feira que há cinco empresas interessadas na privatização dos Correios. Em transmissão ao vivo nas redes sociais, ele citou quatro: a varejista Magazine Luiza, a gigante americana do e-commerce Amazon e as empresas de logística estrangeiras DHL e Fedex.
“O importante é que já tem cinco players interessados. O Magalu é um deles, a Amazon, a DHL e Fedex. Já tem pessoas, grupos interessados na aquisição dos Correios, então isso é importante, porque não teremos um processo de privatização vazio”, afirmou.
Magalu e Amazon estão entre as gigantes que travam uma corrida no comércio eletrônico brasileiro para reduzir os prazos de entrega de seus produtos e conquistar mais clientes, conforme mostrou reportagem de “O Globo” no domingo.
O aumento das vendas no Rio de Janeiro estimularam inclusive a decisão do Magalu de abrir um centro de distribuição no Estado este ano e lojas físicas a partir do ano que vem.
Faria disse que o Congresso Nacional deve decidir como funcionaria o controle acionário e as obrigações da empresa que vier a comprar os Correios no processo de privatização.
”Tem empresas interessadas em ocupar esse espaço, e elas sabem que você recebe o bônus e o ônus também, mas é uma empresa saudável.”
O ministro disse que pediu para que o tema ficasse sob sua responsabilidade no ministério e que conversará com líderes do Congresso e os presidentes da Câmara e do Senado para articular a tramitação do projeto de privatização.
Além disso, ressaltou que temas específicos, como a universalização dos serviços, também serão discutidos pelos parlamentares: “Em relação à universalidade das entregas, entregar no interior da Amazônia, Rio Grande do Sul, outros Estados, em relação a funcionários, quem for bom vai continuar, até porque a empresa tem que continuar, o debate disso é no Congresso Nacional.”
O ministro usou a greve dos funcionários dos Correios como um argumento para a privatização. Faria criticou a paralisação em meio à pandemia e afirmou que isso não aconteceria em uma empresa privada.
“Eu nem entrei no mérito da greve, quem debateu isso foi o próprio presidente dos Correios. Acho que isso (a greve) foi muito ruim pra eles, porque é é um momento em que todos precisam dar o melhor de si.”
Em nota, a Associação dos Funcionários dos Correios, Adcap, criticou o plano de privatização dos Correios, que chamou de "iniciativa lesa-Pátria que o governo tenta levar adiante de vender os Correios a qualquer custo". A entidade diz que a venda da estatal seria um “negócio da China” para qualquer comprador.
A Adcap diz que o governo tem feito "sucessivos ataques à reputação da estatal" e que a greve foi provocada pela atual direção dos Correios na negociação do acordo coletivo da categoria. A associação diz esperar que o Congresso não autorize a privatização:
"Nossa expectativa é que os deputados federais e senadores saibam avaliar bem essa questão, desvencilhando-se das fake news que o governo federal tem produzido em série para tentar justificar sua intenção, assim como dos power points feitos pelas caras consultorias contratadas para avalizar as intenções governamentais".
Na mesma transmissão, o ministro Fábio Faria disse que conversou com o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão responsável por avaliar a concorrência no mercado, para pedir “brevidade” na análise da venda de ativos da Oi.
Segundo o ministro, a resposta que recebeu do presidente do órgão, Alexandre Barreto, foi de que a análise da compra da operação móvel da Oi por Tim, Vivo e Claro demoraria porque teria que ser feita levando em consideração a situação concorrencial em cada Estado. “(O presidente do Cade disse) que as três têm penetração no país inteiro, tem que avaliar Estado por Estado e seria um pouco mais demorado, demoraria meses. Eu falei da nossa vontade de que isso fosse feito com maior brevidade possível até porque a Oi tem um resultado negativo anual e se demorar praticamente um ano, vai aumentar em R$ 5 bilhões a dívida da Oi no ano corrente.
Faria disse que “abriu diálogo” com Barreto, que manteve ideia de analisar Estado por Estado.
“Tenho conversado muito, ele é um bom presidente, mas disse: olha eu preciso ver Estado por Estado até para ver como vai ficar esse ponto, é muito ruim para gente se cada companhia ficar praticamente com um terço do mercado.
O ministro então relatou que o Cade vê com bons olhos se cada empresa ficar com uma fatia compatível ao seu tamanho. “Se cada uma comprar dentro do seu tamanho e ela aumentar cada uma dentro do que ela tinha sem que seja uma coisa combinada entre elas, o Cade vê com bons olhos e eu já recebi o feedback que será feito dessa forma. A gente vai trabalhar junto com eles para que tenha mais clareza sobre isso.”
Segundo o ministro, o governo não tem lado e seria um facilitador do negócio. “Nós temos conversado com a própria Anatel, que é uma grande credora da Oi, também tem os bancos do governo que estão conversando e já estão vendo que a Oi tem capacidade no médio prazo de quitar essas dívidas.”
Fonte: Valor Econômico
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