O governo de Mato Grosso do Sul aposta atualmente em dois eixos logísticos para atrair investidores, ampliar as exportações e fomentar o desenvolvimento estadual: a consolidação da Rota Bioceânica, com início da obra da ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta sobre o Rio Paraguai, e as ferrovias, com a reativação da Malha Oeste, que está sucateada há mais de duas décadas, e a licitação da Nova Ferroeste.
Com essas medidas, a expectativa é de que Mato Grosso do Sul vire um grande hub de logística na América do Sul, reduzindo custos e dando mais competitividade aos produtos.
As ações tomadas pelo governo do Estado nesse sentido foram apresentadas na segunda-feira, durante encontro dos representantes do Fórum Brasil Export, principal evento do setor de logística e infraestrutura portuária do País, com a presença do governador de MS, Reinaldo Azambuja.
O fórum debateu armazenagem e seus desafios e soluções; alternativas logísticas para o desenvolvimento da Região Centro-Oeste; autorizações ferroviárias; concessões rodoviárias; e distribuição de energia.
“É muito pertinente ao nosso governo a discussão sobre logística e infraestrutura”, salientou o governador, ao falar aos empresários.
Azambuja ressaltou o aumento na demanda de transportes e de logística em Mato Grosso do Sul, diante dos investimentos da cadeia industrial nos setores da agroindústria e de produtos florestais, como a celulose, que somam mais de R$ 30 bilhões (R$ 16 bilhões da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, e outros R$ 15 bilhões da Arauco, em Inocência).
Ponte
Para atender a essa demanda, foram apresentados os eixos de logística em que o Estado atua. A apresentação aos empresários foi feita pelo superintendente de Indústria, Comércio e Serviços da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Bruno Gouveia.
Ele falou dos avanços da Rota Bioceânica, com a obra da ponte que ligará Porto Murtinho a Carmelo Peralta.
Na semana passada, tiveram início os trabalhos de fundação da Ponte Bioceânica. A construção vai ligar a cidade paraguaia a Porto Murtinho, em uma extensão total de 1.294 metros.
O projeto será executado pelo Consórcio Binacional Paraguai-Brasil, formado pelas empresas Tecnoedil Constructora SA, Cidade Ltda e Paulitec Construcciones, que firmou, em dezembro de 2021, um contrato com o governo no valor de US$ 90,102 milhões.
A ponte faz parte do corredor bioceânico, que ligará o Oceano Atlântico ao Pacífico. A obra está prevista para durar 36 meses, com previsão de conclusão para 2024.
Já no caso das ferrovias, a mais adiantada é a Nova Ferroeste, que vai ligar Maracaju ao Porto de Paranaguá, com investimentos previstos de R$ 5 bilhões, que está em processo de consulta pública, com previsão de licitação até novembro na Bolsa de Valores de São Paulo.
Malha Oeste
Outro ponto apresentado é a retomada da Malha Oeste, que está em fase de estudo de viabilidade técnica, que deve ser entregue ainda neste mês. A meta é reativar o trecho de mais de mil quilômetros de ferrovia em MS, com investimentos previstos de R$ 15 bilhões.
A expectativa é de que uma consulta pública ocorra neste mês, e a licitação em setembro, conforme afirmou o secretário da Semagro, Jaime Verruck, no mês passado.
Os projetos da Malha Oeste e da Rota Bioceânica, porém, têm sofrido com atrasos burocráticos. São iniciativas que aguardam soluções desde 2019, soluções essas que dependem do governo federal e de parceiros privados.
Diversificando a logística
De acordo com Verruck, Mato Grosso do Sul é um estado que tem diversificado sua pauta de exportação e também o acesso aos países, mas tem principalmente uma diversificação logística para atender ao processo de expansão das exportações.
“A sinalização futura de Mato Grosso do Sul é que possamos diversificar, conseguir vender produtos com valor adicionado maior, que é o objetivo principalmente das proteínas animais. Então é extremamente importante essa discussão, tanto dos eixos logísticos como dos novos mercados”, frisou.
O secretário alegou que, em termos de nível de competitividade, o Estado aposta muito na ampliação da participação de MS no mercado asiático, não só na China, que já é predominante nos negócios de Mato Grosso do Sul, mas em todo o mercado asiático, por meio do nível de competitividade que a Rota Bioceânica oferece.
“Por outro lado, nós temos aí a ampliação também da questão das ferrovias, que vão criar uma situação de maior competitividade dos nossos produtos tanto no Porto de Santos como no de Paranaguá”, completou.
Fonte: Correio do Estado