A Brado obteve, nesta semana, a certificação pelo programa Algodão Brasileiro Responsável para Terminais Retroportuários de Algodão, ABR-LOG. Trata-se de uma iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em parceria com a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), e faz parte do escopo do programa Cotton Brazil. Este último visa a promoção da fibra brasileira no mercado internacional, e é fruto da parceria entre Abrapa, Anea e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
A exemplo do ABR, voltado para a certificação das fazendas que cultivam a commodity, e do ABR-UBA, que abrange as Unidades de Beneficiamento de Algodão, o ABR-LOG também é um programa de certificação socioambiental, com ênfase adicional na qualidade das operações de estufagem de contêineres. O foco é o elo responsável pelo recebimento dos fardos, armazenagem, estufagem do contêiner, até o embarque. Seu objetivo é contribuir para a melhoria de todo o processo de exportação do algodão, garantindo eficiência e preservando a integridade dos fardos até o destino.
Conforme Sheila Minski, gerente Executiva de Gente, ESG e Compliance da Brado, a certificação é muito importante para aumentar ainda mais o padrão de qualidade do algodão brasileiro e a percepção do mercado internacional sobre essa qualidade, tanto em termos de produto como de boas práticas socioambientais. "Para a Brado, é um reconhecimento do trabalho dedicado à pluma que desenvolvemos nos últimos anos em Mato Grosso e vem em um momento muito significativo em que estamos iniciando nova operação na Ferrovia Norte-Sul, com o algodão da Bahia e de Goiás", diz.
O ABR-LOG completa o ciclo da certificação do algodão brasileiro, que agora conta com a garantia de boas práticas socioambientais desde a lavoura, passando pelas unidades de beneficiamento e chegando aos terminais retro portuários. A certificação contribui para a melhoria de todo o processo de exportação do algodão, garantindo eficiência e preservando a integridade dos fardos até o destino.
“Quando uma empresa como a Brado, o maior operador logístico multimodal do Brasil, adere ao ABR-LOG, prova-se o compromisso de toda a cadeia produtiva do algodão com a responsabilidade social, ambiental e de qualidade do nosso produto. Esta certificação representa um grande passo para o fortalecimento da imagem do algodão brasileiro, num momento em que a cotonicultura nacional se consolida como um player de grande relevância no cenário mundial. A empresa e todo o seu time estão de parabéns”, afirma o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.
Auditoria
Para obter o ABR-LOG, a Brado passou por uma auditoria da Control Union em seu terminal dedicado ao algodão em Rondonópolis (MT), em outubro de 2023. Foram analisados itens relacionados ao trabalho, como proibição de trabalho infantil e análogo ao escravo, segurança e saúde ocupacional, liberdade de associação sindical, regularidade dos contratos de trabalho. A empresa obteve 100% de aprovação em todos os itens. Além disso, foram verificados o desempenho ambiental e boas práticas para a garantia de qualidade do algodão, como a realização de checklist na chegada dos caminhões e limpeza dos contêineres.
Em 2022, a empresa ampliou o armazém dedicado à pluma de algodão em Rondonópolis. Foram instaladas duas pontes rolantes para tirar fardos de algodão dos caminhões, reduzindo o tempo de descarga. Neste ano, mais uma ponte foi adicionada ao armazém, que conta com 8,2 mil m². Após serem descarregados com a nova tecnologia, os fardos de algodão são estufados em contêineres e seguem de trem até o Porto de Santos.
O protocolo do ABR-LOG está dividido em oito critérios: Contrato de Trabalho, Proibição de Trabalho Infantil, Proibição de Trabalho Análogo ao Escravo, Liberdade de Associação Sindical, Proibição de Discriminação de Pessoas, Segurança, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente do Trabalho, Desempenho Ambiental e Boas Práticas de Estufagem.
Melhoria contínua
Assim como o ABR e o ABR-UBA, o ABR-LOG também segue o princípio da implementação progressiva. No primeiro ano, o terminal precisa cumprir um mínimo de 80% do Protocolo de Certificação. A partir do segundo ano, se ele ainda for gerido pela mesma companhia, deverá ter um nível de conformidade de 82%. A partir de então, a cada nova safra, precisará incrementar o cumprimento em 2%, até atingir 90%, que terão de ser mantidos nos ciclos sucessivos. Os certificados emitidos no período comercial 2023/2024 terão validade de junho de 2023 a maio de 2024, e deverão ser renovados anualmente caso o terminal deseje continuar a ser certificado pelo programa.