O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirmou a criação de uma linha de financiamento para a construção de armazéns e a ampliação da capacidade de armazenagem para as empresas cerealistas. As contratações estarão disponíveis a partir desta sexta-feira nos bancos credenciados.
Parte da linha BNDES Crédito Cerealistas será operada com taxa de juros de até 6% ao ano e equalizada pelo Tesouro Nacional. O orçamento, já aprovado no Plano Safra, é de R$ 20 milhões para a subvenção. O limite de contratação é de R$ 200 milhões, e o prazo para pagamento é de 13 anos, contados três de carência. As empresas cerealistas também poderão contratar empréstimos com taxa pós-fixada, a partir de recursos livres do BNDES, sem limite estipulado para o financiamento.
A medida é fruto de um longo debate entre setor, parlamentares, governo e bancos. O Conselho Monetário Nacional (CMN) já havia autorizado a criação da linha em novembro de 2019.
O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) afirmou que o recurso será importante para tentar diminuir o déficit de armazenagem no país, estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 70 milhões de toneladas. “Esse valor tende a só crescer na medida em que o Brasil vem batendo sucessivos recordes na produção de grãos. Temos que investir muito em armazenagem e melhorar nossa logística de estocagem”, destacou o parlamentar, em nota.
O programa prevê o financiamento de obras civis, máquinas e equipamentos necessários à construção de armazéns e expansão das estruturas já existentes. O maquinário deverá ser novo e fabricado no Brasil.
O diretor-executivo da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra), Roberto Queiroga, disse que os recursos que serão disponibilizados ao setor na linha recém-criada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vão atender pouquíssimas plantas de armazenagem.
Segundo ele, a medida não será suficiente para resolver o problema crônico de déficit de estocagem que o país enfrenta, mas significa um gesto importante do governo, apesar da demora para oficializar o financiamento.
"Os recursos atendem pouquíssimas plantas de armazenagem. Está longe de resolver a questão do déficit de armazenagem crônico que temos, mas acende uma luz para o setor cerealista convidando os empresários para poder investir na armazenagem", afirmou ao Valor. "Temos muitos projetos que estão na gaveta esperando essa oportunidade para a gente começar operacionalizar a linha. Acreditamos que os recursos vão se esgotar rapidamente pelos custos de uma planta de armazenagem".
Queiroga afirmou ainda que a linha com juros livres pode ser uma "alternativa interessante para o setor", mas que ainda é preciso analisar a normatização junto aos bancos. "Estamos esperando isso há mais de oito meses. Foi um gesto importante do Ministério da Agricultura a inclusão da linha no Plano Safra, mas demorou bastante. Gostaríamos de ver os recursos disponibilizados", disse.
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