A BBM Logística, transportadora controlada pelo fundo Stratus, planeja fechar novas aquisições neste ano - com ou sem IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês), segundo o presidente, André Prado.
“O objetivo é continuar a expansão, de forma orgânica e inorgânica. Vamos investir principalmente nas operações que chegam aos centros urbanos, focando em comércio eletrônico e no transporte de cargas fracionadas”, afirma o executivo.
Desde que o Stratus assumiu a companhia, em 2017, a BBM vem em um processo de crescimento veloz: em 2018, adquiriu a divisão de transportes terrestres da Kuehne + Nagel Brasil; em 2019, a Translovato; e, no fim do ano passado, a Diálogo. A receita operacional líquida da operadora, que era de R$ 289,75 milhões em 2017, chegou à marca de R$ 1 bilhão em 2020.
Essa expansão é beneficiada pelo perfil do mercado brasileiro de transporte de carga, que é extremamente pulverizado.
Além de buscar negócios que ajudem a complementar o portfólio, a transportadora planeja ampliar sua presença geográfica. Hoje, no mapa de operações no Brasil, faltam ainda a região Norte e parte do Nordeste.
Outro plano da BBM é abrir seu capital na B3, mas Prado diz que novas aquisições neste ano não dependem disso. A empresa chegou a pedir o registro para a oferta, no ano passado, mas acabou desistindo da operação. “O IPO é uma oportunidade, continuamos atentos. Mas hoje não existe necessidade dele para continuarmos crescendo”, afirma.
Para financiar sua expansão, a companhia concluiu, no fim de fevereiro, uma emissão de debêntures no valor de R$ 240 milhões. Além disso, a alavancagem da empresa é considerada baixa, então há espaço para novas dívidas, avalia o executivo. Ao fim de 2020, o caixa da companhia era de R$ 41 milhões, e a alavancagem, de 2,2 vezes da dívida líquida pelo Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
O executivo vê com otimismo as perspectivas para 2021, mesmo com o novo agravamento da pandemia, que tem gerado novas medidas de isolamento social. “Desde o ano passado, vimos uma mudança no perfil de consumo, que migrou para os canais virtuais”, diz ele. A transição foi tão forte que a companhia decidiu adquirir a Diálogo, focada em comércio eletrônico, para dar conta da nova demanda.
A empresa tem sentido o acirramento das restrições, principalmente no comércio de rua em centros urbanos, mas o executivo avalia que houve um aprendizado. “Há um impacto porque as lojas estão fechadas, muitas vezes não conseguimos entregar. Mas temos buscado alternativas para mitigar os problemas. Já temos um ano de pandemia no país, então grande parte das indústrias e lojas se adaptou a essas questões”, diz.
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