26/03/2024

Roubo de carga eleva custo logístico e afeta preço final dos produtos

 Roubo de carga eleva custo logístico e afeta preço final dos produtos



O aumento do roubo de carga tem impacto direto nos custos logísticos e nos preços ao consumidor. Em 2022, segundo o último dado disponível, o prejuízo com roubo de carga no Brasil atingiu R$ 1,2 bilhão, segundo o Fórum dos Gerenciadores de Risco, aponta o diretor de Negócios a ICTS Security, Saulo Chaves.


Estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) do País poderia crescer 0,6 ponto porcentual a mais se o nível de criminalidade recuasse para o da média mundial, conforme mostrou reportagem do Estadão.


Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam que as companhias do País gastam, por ano, cerca de R$ 171 bilhões com segurança, o equivalente a 1,7% do PIB de 2022.


Para as empresas, o aumento da criminalidade se traduz em maior custo de produção e maiores gastos com seguros de fretes.


“Toda vez que há roubo de carga, o custo logístico aumenta por causa do seguro e isso repercute no preço final do produto, seja na exportação, seja na importação, e impacta o Custo Brasil”, diz Casemiro Tércio Carvalho, ex-presidente da Autoridade Portuária e sócio da consultoria 4Infra, especializada no setor portuário.


Em relação à demanda por seguro de transporte rodoviário, que poderia ser um termômetro, por exemplo, do aumento do roubo de carga na Baixada Santista, Marcos Siqueira, vice-presidente da Comissão de Seguro de Transporte da Federação Nacional de Seguros Gerais, ressalta que não se trata de um bom indicador no momento.


Entre as razões, ele aponta que, no último ano, houve redução do volume de cargas transportadas e queda no preço do seguro devido à maior concorrência entre as seguradoras.


Andre Neiva, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), observa que faz parte da rotina das seguradoras exigir rastreamento por satélite e escolta armada para certos tipos de cargas, especialmente fertilizantes, cigarros e pneus, por exemplo.


Nos últimos tempos, ele diz que não houve reforço neste sentido. “Determinadas mercadorias você não carrega se não seguir o plano de gerenciamento de risco.”


No entanto, Neiva frisa que, entre as 142 empresas associadas, não chegaram ao sindicato relatos de roubos de carga no ano passado. A grande maioria das empresas associadas ao sindicato é ligada à exportação e importação, não faz transporte de carga fracionada ou para o comércio online.


O presidente do Sindisan se diz surpreso com os dados oficiais da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), que apontam 602 registros de roubo de carga na Baixada Santista entre janeiro e dezembro de 2023. É um volume 156% maior comparado ao ano anterior. Também é a maior marca de ocorrências em mais de 20 anos, desde o início da série histórica, em 2001.


Uma hipótese aventada por ele para explicar esse desencontro de informações seria que esses roubos ocorreram com transportadoras de fora da Baixada Santista e, portanto, as ocorrências são informadas aos sindicatos de transportadoras de outras regiões.


Transporte ferroviário


Outro foco de roubo da carga na Baixada ocorre em trens que fazem o transporte de produtos, geralmente commodities, como açúcar, soja, entre o planalto e a região.


A Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), diz que “desde a sua criação, em 1996, registrou apenas casos pontuais e intermitentes de roubo de cargas, diferente das recentes ocorrências na Baixada Santista”.


Por meio de nota, a entidade acrescenta que “as ações dos criminosos prejudicam as empresas, o fluxo de escoamento de todo tipo de carga pela ferrovia e a economia do País, e confia que as autoridades responsáveis pela segurança pública continuarão tomando as medidas necessárias para manter a integridade das operações”.


Procuradas, as operadoras ferroviárias Rumo e MRS Logística não se manifestaram, assim como transportadoras, seguradoras e tradings.


A SSP-SP diz, por meio de nota, que está ciente dos indicadores da Baixada Santista e tem concentrado esforços para combater essa modalidade criminosa.


Fonte: Estadão



Notícias Relacionadas
 Supporte Logística: 25 Anos de Excelência e Inovação no Setor Logístico

22/11/2024

Supporte Logística: 25 Anos de Excelência e Inovação no Setor Logístico

Em 2024, a Supporte Logística celebra seu 25º aniversário, consolidando-se como referência em operações logísticas no Brasil.A empresa se destaca por ser um provedor de serviç (...)

Leia mais
 Pesquisa CNT de Rodovias 2024 aponta a necessidade de reforço contínuo da infraestrutura rodoviária brasileira

22/11/2024

Pesquisa CNT de Rodovias 2024 aponta a necessidade de reforço contínuo da infraestrutura rodoviária brasileira

A qualidade das rodovias brasileiras exerce um impacto direto na eficiência econômica e no desenvolvimento social do país. Para garantir segurança e fluidez no tráfego de pessoas e merca (...)

Leia mais
 Black Friday: Grupo Move3 Sequoia poderá fazer 30 milhões de entregas

22/11/2024

Black Friday: Grupo Move3 Sequoia poderá fazer 30 milhões de entregas

Durante os altos volumes de pedidos gerados pela Blackfriday, o Grupo Move 3 Sequoia anunciou a utilização de sistema logístico com entregas otimizadas e feitas em apenas um dia no Sudes (...)

Leia mais

© 2024 ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos. CNPJ 17.298.060/0001-35

Desenvolvido por: KBR TEC

|

Comunicação: Conteúdo Empresarial

Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade e, ao continuar navegando neste site, você declara estar ciente dessas condições.