A Santos Brasil projeta que a vinda de navios super-post Panamax, com 366 metros de comprimento para a costa brasileira, tem mais chances de ocorrer em 2024. A empresa avalia que o cenário vai depender do tamanho do crescimento da economia brasileira, além de outros fatores conjunturais no exterior, como a entrega de novos porta-contêineres para o mercado internacional de afretamento. Nesse momento, o operador considera não ser possível dimensionar qual será o efeito da entrada desses navios nos principais trades internacionais e seus reflexos para a costa leste sul-americana.
A avaliação é que o mercado hoje convive com o alto nível de ocupação e com a falta de disponibilidade de porta-contêineres, principalmente no tráfego ‘leste-oeste’, o que causou o aumento expressivo de fretes de carga conteinerizada. A previsão é que 2023 concentre um alto número da capacidade de porta-contêineres, com a entrega de novas unidades pelo mundo.
No entanto, a Santos Brasil entende que os investimentos já em curso em seu terminal no complexo santista estão dentro do planejamento e das projeções de crescimento da movimentação de contêineres. A empresa possui investimentos para alcançar a capacidade de movimentação de 2,6 milhões de TEUs em 2023. "Não é por falta de infraestrutura portuária em Santos que teremos agravamento do custo de exportação", analisou, nesta segunda-feira (31), o diretor-presidente da Santos Brasil, Antonio Carlos Sepúlveda, durante evento promovido pelo Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus) da Associação Comercial de São Paulo.
A expansão do Tecon Santos prevê a possibilidade de operação simultânea de até três navios com 366m de comprimento, que possuem em torno de 12.000 TEUs de capacidade estática, ante navios com 336m que já operam nos principais terminais de contêineres em Santos. Sepúlveda disse que a expansão permitirá aumentar a capacidade para até três milhões de TEUs/ano a um custo de investimento total de R$ 3,4 bilhões. Até o momento, a empresa desembolsou em torno de R$ 1 bilhão. A meta é chegar a 2,3 milhões de TEUs em junho deste ano e a 2,6 milhões de TEUs em janeiro de 2023.
Após alcançar essa marca, a Santos Brasil vai avaliar se as curvas de investimentos vão se justificar. Um dos motivos é o início de operação da área STS-10, hoje ocupada pelo Ecoporto e que será arrendada. A decisão envolverá a competitividade no complexo portuário e o aumento da demanda pela movimentação de contêineres. Ele frisou que, até 2026, a Santos Brasil está comprometida com os investimentos em expansão e que já garantiu caixa e as aprovações necessárias para os aportes.
O projeto prevê o aumento do cais e de profundidade. O objetivo é aliar o aumento de capacidade à redução de custo operacional, principalmente com automação. Sepúlveda, porém, demonstrou preocupação com o veto à renovação do Reporto, que garantiria incentivos à compra de equipamentos portuários, inclusive com presença de maior grau de automação. A avaliação é que o fim do incentivo à compra de equipamentos gere aumento da ordem de R$ 600 milhões nas encomendas, o que pode levar a pedidos de reequilíbrio econômico do contrato. “Teremos que pedir reequilíbrio econômico do contrato. Imagine impacto na cadeia logística como um todo”, comentou.
Fonte: Portos e Navios
04/10/2024
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