Profissionais de saúde, idosos com 60 anos ou mais, indígenas e quilombolas serão os primeiros a ser vacinados contra a covid-19 no Estado de São Paulo, segundo cronograma apresentado nesta segunda-feira, 7, pelo governador João Doria. A vacina utilizada na campanha paulista será a Coronavac, desenvolvida pela biotech chinesa Sinovac e que será produzida pelo Instituto Butantã. Veja abaixo as principais definições do plano.
Como será o plano inicial de vacinação para a covid em São Paulo?
A previsão é que nove milhões de pessoas sejam imunizadas na primeira etapa, que se iniciará no dia 25 de janeiro e se estenderá até 22 de março, com a aplicação de 18 milhões de doses. A prioridade neste primeiro momento serão trabalhadores na linha de frente de combate à Covid-19, indígenas e quilombolas e também a faixa etária com maior índice de letalidade pela doença. De acordo com o governo do Estado, 77% das mortes provocadas pelo coronavírus até agora são de pessoas com idade acima de 60 anos. A campanha será coordenada pela Secretaria de Estado da Saúde e implementada em parceria com as 645 prefeituras de São Paulo
Onde será possível se vacinar?
Nos postos de vacinação existentes. Além destes, o governo de SP, em parceria com 645 municípios do Estado, irá ampliar de 5.200 para 10 mil o número de locais para que a população se imunize. Para tanto, serão implantadas estratégias especiais de vacinação incluindo quartéis da Polícia Militar, farmácias credenciadas, escolas aos finais de semana, terminais de ônibus e também por drive thru.
Qual será o horário nos postos de vacinação?
De segunda a sexta-feira, das 7h às 22h e, aos fins de semana, das 7h às 17h30. Este poderá ser estendido também até às 22h caso seja necessário.
Como será a logística de vacinação?
A campanha contará com 54 mil profissionais de saúde e 25 mil agentes de segurança em todo Estado de São Paulo enquanto perdurar o período de vacinação.
Quando deve começar a vacinação?
A vacinação contra a Covid-19 terá início em 25 de janeiro no Estado de São Paulo com a imunização de idosos, profissionais de saúde, indígenas e quilombolas. A vacina utilizada na campanha paulista será a Coronavac, desenvolvida pela biotech chinesa Sinovac e que será produzida pelo Instituto Butantã. A aplicação, porém, está condicionada à apresentação dos resultados de eficácia da vacina, o que ainda não ocorreu, e ao posterior registro do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Butantã promete divulgar os dados de eficácia até 15 de dezembro e entrar de imediato com pedido de registro.
Qual grupo será vacinado na primeira fase?
A partir do dia 8 de fevereiro, serão imunizados os idosos com 75 anos ou mais. Na semana seguinte, a partir do dia 15 de fevereiro, será a vez dos idosos entre 70 a 74 anos. A partir de 22 de fevereiro, receberá a imunização a faixa etária de 65 a 69 anos. Por fim, no dia 1º março, começarão a ser vacinados os indivíduos de 60 a 64 anos. No grupo de idosos, serão 7,5 milhões de imunizados. Doria não informou como será a vacinação dos demais grupos de risco da covid-19, como portadores de doenças crônicas.
Quantas doses serão disponibilizadas nessa etapa inicial?
O acordo entre o Butantã e a Sinovac prevê o recebimento, ainda neste ano, de 6 milhões de doses prontas do imunizante e matéria-prima para a produção local de outras 40 milhões de doses. Em 2021, serão importados insumos para a fabricação de mais 14 milhões, totalizando 60 milhões de unidades, o suficiente para imunizar 30 milhões de pessoas.
A população terá que pagar pela vacina?
Não. A vacina será gratuita para todos através do Sistema Único de Saúde.
E quem não está dentro do grupo prioritário?
Ainda não há definição sobre a vacinação do restante da população.
De que laboratório será a vacina contra covid aplicada em São Paulo?
A vacina utilizada na campanha paulista será a Coronavac, desenvolvida pela biotech chinesa Sinovac e que será produzida pelo Instituto Butantã.
Já há seringas e agulhas suficientes para vacinar a população?
Sim. O governo prevê o uso de 27 milhões de seringas e agulhas para vacinar a população. Além disso, 5.200 câmaras de refrigeração serão utilizadas para armazenamento das doses. Também serão utilizados 30 caminhões refrigerados para distribuição diária e criados 25 postos estratégicos de armazenamento e distribuição regional.
A vacinação para covid afetará a demanda do calendário de outras vacinas?
O Butantã tenta, há meses, firmar acordo com o Ministério da Saúde para que a vacina seja incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e aplicada em todos os Estados, mas a resistência do presidente Jair Bolsonaro em comprar o produto impediu a parceria. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a anunciar a compra da Coronavac no final de outubro, mas foi desautorizado no dia seguinte por Bolsonaro.
Mesmo sem participar de um programa nacional, Doria afirmou que serão disponibilizadas 4 milhões de doses da vacina a outros Estados para a vacinação de profissionais de saúde. Ele disse que oito unidades da federação já manifestaram interesse em receber a Coronavac, mas não divulgou os nomes dos Estados.
Quem é de outro Estado vai poder tomar a Coronavac?
O governo disse que não será necessário comprovar residência no Estado para tomar a vacina, mas não explicou o que planeja fazer caso São Paulo receba um grande volume de pessoas de outras localidades num movimento que já está sendo chamado de "turismo de vacina".
"São Paulo é do Brasil. Somos parte do País. Não vamos segregar pessoas. Se precisar, compraremos mais doses. O que desejamos é que o plano de vacinação seja antecipado e que inclua todas as vacinas e não a vacina de preferência do Presidente da República ou do Palácio do Planalto", disse Doria.
Como vai ser o controle para saber se o cidadão tomou uma das vacinas (quando disponíveis)?
De acordo com a Assessoria de Imprensa da Saúde de SP, haverá um controle em sistema para vacinação para checagem de doses, se já tomou a dose ou se tomou alguma outra vacina. Como uma possível vacina do governo federal só deverá estar disponível em março, até lá o sistema utilizado para verificação já deverá estar alinhado, evitando que um mesmo indivíduo tome duas vacinas ou doses extras da mesma vacina.
Qual é a eficácia da Coronavac, segundo os testes?
Em novembro, um estudo publicado na revista científica Lancet Infectious Diseases informou que a vacina Coronavac é segura e tem capacidade de produzir resposta imune no organismo 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos. Os resultados desse estudo contam com revisão de diversos cientistas.
A vacina Coronavac está na fase 3, a última antes de uma possível aprovação e comprovação de eficácia. Estudos da fase 1 e 2 com mais de 50 mil voluntários demonstraram que 94,7% não tiveram nenhum efeito adverso. E 99,7% dos eventos adversos observados foram de baixa gravidade, como dor no local e dor de cabeça.
A aplicação, porém, está condicionada à apresentação dos resultados de eficácia da vacina, o que ainda não ocorreu, e ao posterior registro do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Butantã promete divulgar os dados de eficácia até 15 de dezembro e entrar de imediato com pedido de registro.
Cronograma completo do Plano Estadual de Imunização de imunização contra o novo coronavírus
25 de janeiro a 28 de março
9 semanas de duração
18 milhões de doses
Duas aplicações por pessoa, com intervalo de 21 dias entre a primeira e a segunda dose
Cronograma de vacinação:
1ª dose
25/01 Profissionais da Saúde, indígenas e quilombolas
08/02 Pessoas com 75 anos ou mais
15/02 Pessoas com 70 a 74 anos
22/02 Pessoas com 65 a 69 anos
01/03 Pessoas com 60 a 64 anos
2ª dose
15/02 Profissionais da Saúde, indígenas e quilombolas
01/03 Pessoas com 75 anos ou mais
08/03 Pessoas com 70 a 74 anos
15/03 Pessoas com 65 a 69 anos
22/03 Pessoas com 60 a 64 anos
Fonte: Estadão
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