A Semana da Mulher, promovida pelo Conselho Feminino do Brasil Export, foi marcada pela realização de cinco lives para debater assuntos relacionados ao setor de logística. A estreia aconteceu no dia 8 com o webinário “Relações institucionais entre órgãos de governo, entidades representativas e sociedade civil no setor de logística e de infraestrutura“.
Na ocasião, quatro profissionais de reconhecida competência profissional falaram sobre suas respectivas atividades e concordaram, que a promoção do diálogo e a relação interinstitucional são fundamentais para fortalecer e materializar troca de dados e de experiências, benchmarking e segurança jurídica para potenciais investidores no País.
Em pouco mais de dez minutos, a vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Seccional de Pernambuco, Ingrid Zanella, listou uma série de temas com os quais os profissionais da advocacia especializados no setor portuário e marítimo podem contribuir para o fortalecimento da segurança jurídica, para a redução de custos das operações logísticas e para o aperfeiçoamento de procedimentos de compliance e das relações com órgãos públicos.
A importância da promoção de conexões institucionais baseadas em transparência e diálogo foi destacada pela Diretora de Programa da Secretaria de Parcerias em Transportes do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Ana Luiza Becker Salles.
Representante da American Association of Port Authorities (AAPA) no Brasil, Raquel Kibrit observou que o profissional responsável por relações institucionais muitas vezes é o agente catalisador para a geração de oportunidades de negócios e a fonte de informações sobre tendências internacionais que ainda não chegaram ao Brasil.
A Subsecretária de Sustentabilidade do Ministério da Infraestrutura, Larissa Amorim, explicou que o fortalecimento das relações institucionais é um dos principais objetivos da gestão da pasta e destacou o acordo de cooperação técnica mantido com a Antaq e com a agência alemã GIZ para a produção de estudos sobre a mudança do clima nos portos brasileiros.
Na terça-feira, participaram Mayhara Chaves, presidente da ABEPH,, diretora-presidente da Companhia Docas do Ceará e presidente do Conselho Feminino, Patricia Dutra Lascosque, superintendente Institucional de Logística da Suzano e presidente do Conselho Diretor da ATP Portos Privados , Ana Paula Calhau, diretora de Gestão Comercial e Desenvolvimento da Cia Docas da Bahia e Gilmara Temóteo, diretora-presidente do Porto de Cabedelo.
Elas falaram sobre os desafios da gestão de portos públicos e terminais privados no Brasil. Entre os assuntos abordados estiveram a identificação de políticas públicas para aumentar a competitividade das operações, busca pelo aprendizado contínuo para acompanhar as mudanças normativas e avanços tecnológicos, necessidade de aprimorar o diálogo para viabilizar parcerias entre as esferas públicas e privadas e também contaram detalhes de suas trajetórias profissionais de sucesso. Também foram debatidas formas de proporcionar mais oportunidades para que mulheres ocupem cargos operacionais, de gestão e "no topo da pirâmide".
A moderação ficou a cargo de Fernanda Pires, superintendente de Comunicação Corporativa da Santos Port Authority. Ela resumiu o espírito de todos que participaram do webinário: "Tenho certeza que mudamos o mundo pelo exemplo e me sinto inspirada e revigorada em poder moderar esse debate".
O terceiro dia teve como foco "Caminhos para o aperfeiçoamento da segurança jurídica e da regulação no setor de logística e de infraestrutura portuária". A gerente de Comunicação e Relações Institucionais da ABTRA, Milena de Castro, conduziu a atividade 100% online de maneira irreprochável e enfatizou que segurança jurídica, estabilidade regulatória e liberdade econômica são condições sine qua non para aumento da competitividade das operações logísticas, captação de investimentos privados, redução do Custo Brasil e, por consequência, para o incremento do nosso PIB.
A necessidade de aprimorar os contratos de concessão de ativos de infraestrutura foi enfatizada pela sócia da Gallotti Advogados Associados, Beatriz Gallotti Beserra. Ela ressaltou a importância da análise econômica do Direito para utilização de técnicas dos estudos nas decisões judiciais referentes a processos relacionados ao setor e apontou que o Conselho Feminino já é uma referência no trabalho de inclusão das mulheres no segmento de infraestrutura.
Gabriela Heckler, gerente Jurídica do Porto do Itaqui, destacou o alto índice de mulheres entre os profissionais empregados pela EMAP e as certificações ISO conquistadas pelo porto maranhense nos últimos anos. Ela lamentou que o setor ainda tenha que enfrentar muitos "gaps" em decisões judiciais, mas elogiou a busca da comunidade portuária por soluções que ampliem as conexões com os agentes jurídicos e disseminem conhecimentos sobre as especificidades desse setor.
Letícia Queiroz de Andrade, sócia da Queiroz Maluf Inteligência Jurídica, valorizou instrumentos como a análise de impacto regulatório no setor portuário. "Tenho atuação multisetorial e esse setor é o campeão de multirelações", ressaltou.
Najla Buhatem Maluf, presidente da Comissão de Direito Marítimo, Portuário e Aduaneiro da OAB/MA e sócia do Rachid Maluf Advogados, destacou a importância de instrumentos como mediação e arbitragem para reduzir a quantidade de processos judiciais tramitando no País. Ela ressaltou o papel dos advogados de orientar as partes que existem outros meios que não a judicialização.
Manifestações repletas de contexto histórico, dados, informações relevantes e experiências pessoais enriqueceram o webinário "Movimentos de incentivo à inclusão da mulher e da equidade de gênero no setor de logística e de infraestrutura", promovido na quinta-feira, dia 11 de março.
Participaram Flavia Bigi Maya Monteiro, Presidente da Wista Brazil e Coordenadora Jurídica do Grupo Log-In e Latam, Maria Cristina Dutra, Gerente-Executiva da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), Elizabeth Kodato, advogada e especialista em assuntos regulatórios portuários, e Estela Terumi Massuda, Gerente de Desenvolvimento de Produto e CNAN (Centro Nacional de Acompanhamento de Navios) da Transpetro e diretora do Wista Brazil.
A moderação foi realizada por Joana Brotas, Secretária Geral da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa).
Para encerrar a programação com chave de ouro, três lideranças femininas do setor portuário contaram suas experiências de vida e visões de mundo sob a competente condução de Natalie Nanini, Diretora de Jornalismo do Sistema Santa Cecília, e encerramento feito pela presidente do Conselho Feminino, Mayhara Chaves.
Patricia Alves, Chefe de Compras de Serviços Logísticos da Eldorado Brasil, valorizou as habilidades das mulheres no cultivo de bons relacionamentos interpessoais, na sensibilidade de cuidar da equipe em cargo de lideranças e na empatia aplicada na identificação de novos talentos.
Béatrice de Toledo Dupuy, Gerente de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade da Santos Brasil, é franco-mineira, afinal viveu 25 anos na França, contou sua trajetória profissional e observou que para as empresas serem mais inclusivas é necessário reforçar os critérios de diversidade nos processos seletivos, além de garantir independência de trabalho à área de recrutamento.
Elck Fogagnoli, Diretora de Relações Institucionais da Piacentini do Brasil, lembrou que as mulheres profissionais de Educação e Ciências recebem, em média, somente 64% do que os homens ganham. "A educação é machista desde seu princípio", enfatizou, falando ainda sobre a importância das mulheres darem as mãos umas às outras. "É surreal precisarmos de espaço desses para falar o óbvio, mas precisamos, é secular a diferença de tratamento entre homens e mulheres".
20/12/2024
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