A Wilson Sons, que opera terminais de contêineres em Rio Grande (RS) e em Salvador (BA), avalia que a autorização da autoridade marítima para o Porto de Santos receber navios com 366 metros de comprimento e 52m de boca, concedida na semana passada, favorece novas rotas para o Brasil. A leitura é que os novos parâmetros operacionais do complexo portuário paulista beneficiarão indiretamente os dois Tecons operados pelo grupo. Para a operadora, a homologação favorece outros portos brasileiros habilitados a receber esse tipo de embarcação, já que possibilita a atração de novas rotas para o país.
Em 2018, o Porto de Salvador (BA) recebeu homologação semelhante, sem restrições de navegabilidade por apresentar características ambientais e infraestrutura exigidas pela Marinha. Em outubro do ano passado, com a homologação do novo calado no porto gaúcho, o terminal de contêineres operado pela Wilson Sons ratificou sua capacidade para atender dois navios de 366 metros simultaneamente.
“Com localização estratégica e equipamentos de ponta, o Tecon Rio Grande caminha para ser um terminal concentrador de cargas do cone sul. Hoje, \[o terminal] já recebe as principais linhas marítimas que conectam a região do Mercosul com os mais importantes portos estrangeiros na Europa, Ásia e América do Norte”, destacou o diretor-presidente do terminal, Paulo Bertinetti.
Já o diretor-presidente do Tecon Salvador, Demir Lourenço, disse que a autorização é importante para manter e atrair novas rotas, atendendo importadores e exportadores da Bahia e de outros estados, como Minas Gerais, Espírito Santo, Tocantins, Pernambuco e Sergipe, que podem operar pelo porto da capital baiana. O diretor-presidente da Companhia das Docas da Bahia (Codeba), Carlos Autran Amaral, declarou que a homologação do Porto de Santos é o ponto de partida para que a Bahia integre a rota comercial sul-americana dos new panamax e se consolide como opção comercial para os players do mercado internacional.
O Tecon Salvador passou a operar regularmente um serviço com navios post-panamax, com 330 metros de comprimento (LOA) e 48,34 de boca desde julho do ano passado, quando o primeiro navio desta classe atracou no porto baiano. Em Rio Grande, o Tecon recebeu em 2020 navios de até 337 metros de comprimento e 48 metros de largura. Os navios, classe new panamax, possuem capacidade para transportar até 14 mil TEUs e são as maiores embarcações previstas para a América do Sul.
O Ministério da Infraestrutura acredita que a possibilidade de já se iniciar operações com navios de 366m, no Porto de Santos, viabiliza novas operações de linhas de longo curso. “As atuais linhas tornam-se mais eficientes, atrativas e competitivas devido aos ganhos de escala e ao uso de embarcações de maior capacidade de carga que — além de estarem mais adequadas aos requisitos ambientais — são mais modernas e com maior eficiência energética”, informou a pasta à Portos e Navios.
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