13/10/2022

Panorama do setor de operadores logísticos no Brasil

 Panorama do setor de operadores logísticos no Brasil



Muitos anos se passaram desde a entrada dos primeiros Operadores Logísticos (OLs) no Brasil. De mercado iniciante nos anos 90, atualmente este setor é composto por empresas maduras, que em média contam com uma experiência de cerca de 30 anos no país.


Para quem ainda tem dúvida sobre seu escopo de atuação, a ABOL (Associação Brasileira de Operadores Logísticos), criada há 10 anos, define Operadores Logísticos como os prestadores de serviço capazes de realizar simultaneamente as atividades de transporte, armazenagem e controle de estoques. Eles se diferenciam das demais empresas executoras de serviços logísticos específicos (como transportadores e administradores de galpões), pois os OLs são capazes de integrar e gerir várias atividades logísticas, oferecendo soluções completas.


Tamanho do Mercado


Composto por cerca de mil empresas, o setor de Operadores Logísticos faturou no Brasil em 2021 o total de R$ 166 bilhões, valor equivalente a quase 2% do PIB do país (cálculo realizado pelo Instituto ILOS em 2022).
Embora algumas empresas se destaquem por seu maior porte, de forma geral o setor de Operadores Logísticos não é um segmento com alta concentração em poucos players. Atualmente, os cinco maiores OLs do país representam cerca de 10% do faturamento do segmento. E os 25% maiores OLs faturam 75% da receita do setor.


A Receita Bruta dos OLs cresceu em 2021 em comparação com o ano 2020 na maior parte dos Operadores Logísticos (em 82% deles), mostrando importante recuperação econômica após o ano mais crítico da pandemia de COVID-19. O aumento do faturamento dos Operadores Logísticos foi acompanhado pelo aumento na quantidade de clientes atendidos: 72% dos OLs ganharam clientes em 2021 em relação a 2020).
Quando observada especificamente a evolução dos Operadores Logísticos de maior porte (com faturamento acima de R$ 600 milhões), percebe-se que o tamanho da companhia realmente influencia na sua capacidade de retomada após uma crise econômica.


A estrutura financeira dos Operadores Logísticos de maior porte, a sua capacidade de obter financiamentos e realizar investimentos para se adaptar a mudanças, a sua escala operacional, a sua abrangência regional e setorial e a sua ampla diversidade de serviços oferecidos são exemplos de características que tornam esses OLs menos vulneráveis, sendo eles mais robustos para aguentarem momentos de crise e se reestabelecerem para voltar a crescer. No ano de 2021, quase todos os Grandes OLs (94%) aumentaram receita e ganharam clientes, mais do que o restante do mercado.


Por outro lado, os Operadores de porte Intermediário (faturamento entre R$ 100 a 600 milhões), foram mais ativos em fusões e aquisições. Ao todo, 26% dos OLs de médio porte participaram de movimentos de fusões e aquisições em 2021, direcionamento que indica que tais operadores buscam ganhar mercado de forma mais rápida, almejando se tornarem maiores e mais robustos e, futuramente, passarem a integrar a categoria de Operadores Logísticos de grande porte.



Embora esse movimento de agrupamento de empresas de logística venha ocorrendo regularmente, o mercado continua bastante pulverizado, sendo atendido pelos Operadores Logísticos e também pelas mais de 280 mil transportadoras e 878 mil caminhoneiros autônomos registrados no Brasil. Para se ter uma grandeza do quanto as empresas embarcadoras (donas das cargas) gastam com Transporte e Armazenagem no Brasil, o Instituto ILOS estima que este valor atinge um montante de R$ 850 bilhões, valor 5 vezes maior do que o faturamento atual dos Operadores Logísticos do país, mostrando que os OLs tem oportunidades de participar ainda mais desse mercado.


Conclusões


Os Operadores Logísticos faturam anualmente R$166 bilhões, o equivalente a cerca de 20% dos custos de transporte e armazenagem do país. Composto por cerca de mil empresas, o setor emprega por volta de 2 milhões de pessoas de forma direta ou indireta.


O ano de 2021 foi marcado pela recuperação da crise da pandemia, quando 82% dos OLs perceberam crescimento de faturamento. O aumento da margem, no entanto, não foi tão fortemente percebido.


Empresas de todos os setores contratam OLs, especialmente os segmentos que movimentam produtos de mais alto valor agregado e que exigem serviços e cuidados especiais. Os OLs buscam aumento da sua abrangência no país, tanto regional quanto setorial, e têm direcionado seus esforços para atender clientes que valorizem serviços premium, com customização e flexibilidade.


As tecnologias que visam a maior integração com clientes e fornecedores vêm sendo priorizadas pelos OLs.


Como prioridades estratégicas, os Operadores Logísticos de maior porte se focam em aprimorar seu nível de serviço, enquanto os OLs pequenos lutam para conseguir reduzir custos. Quanto aos OLs de médio porte, estes buscam prioritariamente ganhar mercado, tanto com crescimento orgânico quanto com fusões e aquisições…


Fonte: Fusões e Aquisições



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