28/10/2020

MRS pretende segregar quase todos os trilhos de carga que passam em São Paulo

 MRS pretende segregar quase todos os trilhos de carga que passam em São Paulo


Plano da concessionária de carga é separar mais de 90 km de vias do trecho entre Jundiaí e Rio Grande da Serra, mas gargalo no centro da capital deve permanecer

Nada de Ferroanel Norte ou trem regional com novas e velozes vias. O plano costurado pelos governos federal e estadual junto às concessionárias de carga Rumo e MRS até aqui delineia apenas adaptações na malha ferroviária entre a região de Campinas e o ABC Paulista. É nesse eixo, oriundo da São Paulo Railway no final do século 19, que se concentram as principais intervenções estudadas pelas duas empresas.

A Rumo, que detém a concessão da Malha Paulista, já assinou a extensão do contrato com governo federal e que prevê investimentos de R$ 6 bilhões na modernização de seus trilhos. Nesse valor estão incluídos os trabalhos de segregação do trecho entre Jundiaí e Campinas, que serão usados pelo Trem Intercidades e pelo Trem Intermetropolitano, do governo do estado.

De Jundiaí até a região metropolitana de São Paulo, a tarefa caberá à MRS, que hoje transporta cargas nesse eixo até o porto de Santos. É dela o maior desafio de permitir que os trens de passageiros possam conviver com seus pares de carga sem que ambos sejam prejudicados, algo comum atualmente.

Ao contrário da Rumo, a MRS ainda está finalizando sua proposta para renovar a concessão, as detalhes dos seus planos foram divulgados pela empresa recentemente. Segundo esse estudo, a MRS planeja lançar duas obras de segregação de vias, a Noroeste, entre a estação Barra Funda e Jundiaí, e a Sudeste, do Brás à Rio Grande da Serra. Somadas elas têm mais de 90 km de extensão e prometem otimizar tanto o transporte de passageiros quanto o de cargas.

Túnel de 2 km

O trecho Noroeste prevê um túnel duplo de cerca de 2 km de extensão na região de Botojuru, mas no restante do percurso, a concessionária deve apenas implantar uma via exclusiva para seu trens. Na outra frente, a via segregada partirá do Brás e se beneficiará da larga faixa de domínio existente até Rio Grande da Serra. No mapa compartilhado pela MRS, a atual estação Mooca dará lugar à essa nova via, com isso uma nova estação será construída 200 metros mais ao sul, onde também haverá um terminal intermodal. Vale dizer que essas informações são preliminares e dependem da aprovação dos órgãos envolvidos.

Ao detalhar o projeto, a MRS explicou que “diversas interferências foram encontradas, como os dutos da Transpetro e o gasoduto da Braskem, exigindo da equipe de projetos estudos do melhor traçado e diversas soluções de engenharia. Outro desafio vencido foi a abertura de espaço útil para viabilizar a implantação do Terminal da Mooca na região central de São Paulo. Além disso, pelo projeto da Sudeste, foi garantido, aos usuários da linha 10, a acessibilidade a todas as estações da CPTM”.

A concessionária também ressalta o fato de que a segregação permitirá que as composições de carga possam circular com mais peso comparado à atual situação.

Sem segregação na região central

A solução estudada pela gestão Doria e a MRS, no entanto, exclui justamente o trecho central de vias com quase 8 km entre as estações Barra Funda e Brás. É justamente onde há um grande movimento de trens de passageiros de cinco linhas da CPTM.

Na proposta que está sendo delineada, as composições de carga continuariam cruzando o centro da capital paulista nas mesmas vias de passageiros, incluindo aí adentrar a centenária estação da Luz. Não se sabe, contudo, quanto esse gargalo pode ser contornado a ponto de otimizar significativamente o tráfego de trens, entretanto, a intenção da gestão Doria de reduzir o percurso da Linha 7-Rubi até Barra Funda pode ser um indício de mudanças na forma como a operação é realizada nessa região.

Um dos argumentos para essa opção de segregação parcial está nos custos mais baixos do que os previstos para implantar o Ferroanel Norte, proposto pelo governo Alckmin aproveitando o traçado do Rodoanel Norte. O projeto acabou atrasando diante de vários impasses jurídicos e técnicos, e foi descartado pelo atual governador, que enxerga na demanda por cargas na capital outro motivo para abandonar a ideia.

A concretização do projeto de segregação, no entanto, depende da renovação da concessão, que hoje está em análise pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que deverá remeter a minuta de contrato para o TCU entre o final deste ano e início de 2021.

Ou seja, o leilão do Trem Intercidades em conjunto com o serviço Intermetropolitano e a Linha 7 ainda depende do desenrolar da situação da MRS.

Fonte: Metro CPTM

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