Mesmo com a forte pressão inflacionária que atinge o setor logístico e as incertezas no cenário econômico do país, a JSL manteve o crescimento no terceiro trimestre e projeta que a expansão se manterá pelo próximo ano, segundo o presidente da empresa de logística, Ramon Alcaraz.
De julho a setembro, a receita bruta de serviços da companhia foi de R$ 1,38 bilhão, uma alta de 73% em relação ao mesmo período de 2020. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) avançou 68,1%, para R$ 198,3 milhões. O lucro líquido saltou de R$ 17,4 milhões para R$ 83,1 milhões no trimestre.
O avanço nos resultados se deve tanto ao crescimento orgânico quanto às aquisições de cinco empresas, realizadas no último ano. Sem a incorporação das companhias, o aumento de receita da JSL ainda teria sido de 15%.
Para Alcaraz, o desempenho se deve em grande parte aos setores atendidos. “Temos um Brasil patinando em termos de PIB \Produto Interno Bruto]. Mas estamos presentes em segmentos que crescem bastante, como florestal, mineração, e de consumo de alimentos e bebidas”, diz.
A companhia também tem ampliado o volume de contratos. No terceiro trimestre, foi incorporado um total de R$ 1,2 bilhão em receitas futuras, fruto de acordos recém-celebrados. No acumulado do ano, o valor soma R$ 3,7 bilhões. “Só esses contratos, que têm prazo médio de 46 meses, já garantimos um crescimento futuro de 15% da nossa receita bruta”, diz o executivo.
A projeção para os próximos trimestres segue positiva, segundo ele. “Os segmentos atendidos têm pouca chance de reduzir o crescimento, há inclusive uma expansão menor deles devido à falta de insumos”, afirma.
A JSL também planeja seguir com sua estratégia de aquisições no setor. “Temos várias negociações em andamento, algumas quentes outras frias. Claro que o cenário econômico atrasa alguns fechamentos, mas estamos otimistas para fazer várias aquisições em um intervalo curto.”
A companhia encerrou o terceiro trimestre deste ano com um caixa de R$ 466 milhões. Porém, desde então a empresa já realizou uma nova emissão de debêntures, no valor de R$ 700 milhões, e portanto a posição de caixa atual já é de R$ 1,2 bilhão.
Para minimizar o forte aumento de preços de insumos que atinge o setor, a JSL tem buscado otimizar seus custos de forma geral, além de renegociar os preços com os clientes, para um repasse ainda que parcial da alta de gastos. Nos últimos dois trimestres, os gastos com combustível tiveram alta de quase 50%, o custo de peças subiu 30%, e o de pneus, 25%, afirma o executivo.
“Não é um momento feliz negociar com o cliente mais de uma vez por ano. Há mais de 25 anos não via isso. Tem clientes com os quais já voltamos pela terceira vez neste ano para falar de reajuste. Um fator que ajuda é que somos muito relevantes para os principais clientes, isso facilita na hora de sentar na mesa de negociação”, diz Alcaraz. Além disso, 36% dos contratos são de operações dedicadas, nas quais já há gatilhos para o reajuste de preços - em algumas delas, o próprio cliente fornece o combustível.
No terceiro trimestre, os custos totais da empresa tiveram aumento de 52,6% - alta muito impactada pela incorporação das cinco empresas adquiridas, mas também pela inflação.
Fonte: [Valor Econômico
07/11/2024
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