14/10/2020

Governo apresenta lista com os setores mais prejudicados pela pandemia

 Governo apresenta lista com os setores mais prejudicados pela pandemia


Portaria relaciona as 34 atividades consideradas mais afetadas pelo coronavírus; objetivo do levantamento é orientar os bancos públicos na concessão de crédito para esses segmentos



Depois de quase sete meses do início da pandemia, o governo publicou agora uma portaria que lista as 34 atividades econômicas mais prejudicadas no Brasil pela decretação do estado de calamidade pública devido à covid-19. Elaborada pelo Ministério da Economia, a lista foi feita para priorizar e orientar as instituições financeiras oficiais de fomento, inclusive regionais, na concessão de crédito.

O governo diz que a lista é para orientar o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac), mas o “carimbo” do Ministério da Economia reconhecendo as atividades mais prejudicadas animou as empresas de setores que foram incluídos oficialmente no levantamento de olho em políticas futuras da equipe econômica para a retomada da economia em 2021.

Apesar de ter começado a fluir no último mês, o crédito ainda é um dos principais problemas no enfrentamento da covid-19 pela dificuldade das empresas em dar garantia ao financiamento. A lista facilita o acesso a crédito com garantia da União via Fundo Garantidor para Investimentos (FGI).

Desde o início da pandemia o governo contabiliza que lançou uma série de linhas de crédito voltadas para toda a economia. Até o momento, do total das ações anunciadas, 622 mil empresas foram atendidas e R$ 85,86 bilhões de crédito já chegou na ponta, segundo os dados oficiais.

Entre os setores mais impactados estão as atividades da indústria, comércio e serviços, como empresas de saúde e educação privadas, transporte, serviços de alimentação e alojamento, fabricação de veículos automotores, combustíveis e lubrificantes e metalurgia, além de exploração de petróleo.

Segundo o Ministério da Economia, a lista foi elaborada com base na variação do faturamento do setor com dados da Receita Federal. Não foram fornecidos detalhes pedidos pela reportagem do Estadão de como a lista será usada para a liberação do crédito e como ficam as empresas que estão de fora.

A Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade informou apenas que foram consideradas a relevância do setor na economia, tanto por valor agregado produzido quanto por pessoal ocupado, e as particularidades de cada atividade econômica.

Faturamento

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção (Abit), Fernando Pimentel, avalia que a lista facilitará a concessão de crédito para as empresas com faturamento além de R$ 300 milhões. Pela regra, elas não podem obter empréstimos com a garantia do Tesouro porque tiveram impactos severos com a crise. “Para os setores extremamente impactados pela crise, como os listados, esse financiamento pode ser dado para empresas que faturem acima de R$ 300 milhões”. Pimentel considera que a lista traz uma boa radiografia da crise. O setor têxtil e de confecções teve de interromper as atividades por 90 dias no início da pandemia e até hoje ainda sente o impacto.

O economista Marcos Ferrari, presidente executivo do SindiTelebrasil, disse que a inclusão das telecomunicações torna mais “sensível” os pedidos de medidas de apoio à expansão da banda larga. “Caso tenha outra medida, o setor pode ser contemplado.”

O advogado tributarista Luiz Bichara avaliou que, embora a lista não gere nenhum direito adquirido, a União não poderá indicar “algo e não cumprir”. “É o princípio da confiança legítima”, disse. Segundo ele, a publicação da portaria cria expectativa de atuação estatal no sentido da implementação de políticas públicas concretas visando a recuperação econômica.

O vice-presidente da Confederação Nacional dos Serviços (CNS), Luigi Nese, alerta que existem muitas empresas que ainda estão prejudicadas pela falta de crédito. Para ele, o Pronampe, programa com garantia do Tesouro, funcionou bem, mas os recursos acabaram. Ele cobra mais recursos com garantia. “O governo prometeu mais R$ 19 bilhões e ainda não vieram.”

Veja a lista com os setores mais atingidos:

1. Atividades artísticas, criativas e de espetáculos
2. transporte aéreo
3. transporte ferroviário e metroferroviário de passageiros
4. transporte interestadual e intermunicipal de passageiros
5. transporte público urbano
6. serviços de alojamento
7. serviços de alimentação
8. fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias
9. fabricação de calçados e de artefatos de couro
10. comércio de veículos, peças e motocicletas
11. tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados
12. edição e edição integrada à impressão
13. combustíveis e lubrificantes
14. fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores
15. extração de petróleo e gás, inclusive as atividades de apoio
16. confecção de artefatos do vestuário e acessórios
17. comércio de artigos usados
18. energia elétrica, gás natural e outras utilidades
19. fabricação de produtos têxteis
20. educação privada
21. organizações associativas e outros serviços pessoais
22. fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis
23. impressão e reprodução de gravações
24. telecomunicações
25. aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos de propriedade intelectual
26. metalurgia
27. transporte de cargas (exceto ferrovias)
28. fabricação de produtos de borracha e de material plástico
29. fabricação de máquinas e equipamentos, instalações e manutenções
30. atividades de TV, rádio, cinema e gravação/edição de som e imagem
31. saúde privada
32. fabricação de celulose, papel e produtos de papel
33. fabricação de móveis
34. comércio de outros produtos em lojas especializadas

Fonte: O Estado de São Paulo

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