A infraestrutura precária e a falta de força e união do empresariado para buscar soluções junto ao governo estão entre os maiores desafios para o desenvolvimento do comércio eletrônico no País, segundo o chefe da operação brasileira do AliExpress, Yan Di. Apesar das críticas dos concorrentes sobre o uso de sua plataforma por comerciantes informais, ele diz que estaria interessado em dialogar sobre essa articulação com outras lideranças do ramo.
Evidentemente, Di afirma que AliExpress respeita a legislação brasileira e exige CNPJ e emissão de nota fiscal na venda dos produtos. Porém, admite que boa parte dos consumidores da plataforma fazem compras como pessoas físicas para revender os itens. Para oferecê-los pelo AliExpress, porém, é necessária a formalização.
Logística mais independente\
Sem a união dos empresários pela pauta da infraestrutura, a AliExpress dá passos em direção a uma logística mais independente. Segundo fontes, os movimentos incluiriam a construção de seu primeiro centro de distribuição no País. Ao mesmo tempo, os Correios continuam sendo o parceiro estratégico para alcançar localidades remotas do Brasil.
A possível privatização da estatal, que já foi citada como uma ameaça por uma porta-voz da companhia, não é motivo de receio para Di. Ao contrário: a entrada de novos concorrentes nesse meio seria benéfica para todos que usam o serviço. “Na China, sim, há competição”, diz. “Lá, somos levados a espremer a margem ao mínimo para ganhar o consumidor.”
Para ganhar os vendedores locais, a empresa segue apostando em uma taxa máxima de 8% sobre as vendas dos lojistas. Yan, aliás, vê com ceticismo movimentos de concorrentes que começaram com tarifas mais baixas e subiram essa porcentagem.
Segundo dados da consultoria Conversion, a Aliexpress teve cerca de 55,3 milhões de visitas em novembro, no 7º lugar de uma lista com os 30 maiores e-commerces em número de visitas do País. Ficaram à frente nesse quesito Mercado Livre, Americanas, Magazine Luiza, Amazon Brasil, Casas Bahia e Shopee. O AliExpress é responsável por 2,57% da audiência do e-commerce brasileiro. Se considerado o apenas o segmento de importados, porém, a participação sobe para 30,74%.
Fonte: Estadão
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