21/02/2022

"Artigo: PIB em 2022 pode surpreender positivamente"

 "Artigo: PIB em 2022 pode surpreender positivamente"


Por Claudio Adilson Gonçalez, Economista, diretor-presidente da MCM Consultores

Conforme o relatório Focus, pesquisa semanal realizada pelo Banco Central (BC), a projeção mediana dos analistas é de estagnação da economia brasileira em 2022, mais precisamente crescimento do PIB de apenas 0,3%. Há vários fatores que justificam esse pessimismo: aumento dos juros norte-americanos, crise na Ucrânia, recrudescimento da pandemia, incertezas do ano eleitoral, elevação dos juros domésticos e quebra da safra de grãos em virtude da meteorologia. Em tese, tudo isso é verdadeiro, mas é preciso levar em conta também alguns fatores positivos.

Nos EUA, é pouco provável, e desnecessário, que a taxa básica de juros (Fed Funds Rate) seja elevada muito acima do que já está precificado pelo mercado. Apesar da elevada inflação corrente, as expectativas para horizontes mais longos estão sob controle, situação muito diferente da prevalecente na segunda metade dos anos 70. Em 1980, Paul Volcker, então presidente do Fed, o BC norte-americano, promoveu forte choque nos juros, que reduziu a inflação, mas levou a economia americana e a de vários países emergentes a severas recessões.

Internamente, temia-se que a eleição presidencial poderia provocar expressivo aumento das incertezas, com efeitos danosos, principalmente sobre os investimentos. No mercado financeiro, já se acredita que Lula é franco favorito. Apesar disso, e mesmo com o aumento do risco geopolítico, neste ano, até a sexta-feira passada, a Bolsa cresceu quase 10% e o real apreciou-se mais de 8%. Particularmente, não concordo muito com essa tranquilidade em ano eleitoral, mas é o que ouço de grandes gestores de recursos e o que vejo nos preços dos ativos.

Os governos estaduais e municipais estão com altíssimas disponibilidades financeiras. Minhas estimativas indicam que o “caixa” dos entes subnacionais pode ser da ordem de R$ 180 bilhões. Com dinheiro na mão, em pleno ano eleitoral, os governantes tendem a expandir obras e a dar aumentos salariais. A União, por sua vez, deve produzir impulso fiscal positivo, ou menos contracionista que em 2021. É injeção na veia da demanda, embora esse expansionismo possa cobrar um preço alto no futuro, dependendo da qualidade dos gastos e das renúncias de receitas.

O forte crescimento dos lançamentos imobiliários em 2020 e 2021 impactará o PIB a partir do segundo semestre do corrente ano, na medida em que os imóveis vendidos comecem a ser construídos. Tampouco a construção pesada, voltada principalmente para infraestrutura, está parada. Algumas concessões em rodovias, ferrovias, saneamento, portos e aeroportos devem ter obras iniciadas já em 2022.

Claro, está mais para voo de galinha do que para retomada sustentável do crescimento, pois esta depende de profundas reformas estruturais. Mas não se deve descartar a possibilidade de expansão do PIB entre 1% e 2% no corrente ano.



Fonte: Estadão

Notícias Relacionadas
 RV Ímola uniu arte, sustentabilidade e geração de renda

13/12/2024

RV Ímola uniu arte, sustentabilidade e geração de renda

Em 2024, a RV Ímola, empresa da área de logística da saúde, colocou em andamento um projeto com geração de renda e sustentabilidade para mulheres da Barra de São Miguel, comunidade de Gu (...)

Leia mais
 CCJ do Senado aprova regulamentação da reforma tributária; veja os principais pontos

12/12/2024

CCJ do Senado aprova regulamentação da reforma tributária; veja os principais pontos

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (11) o principal projeto de regulamentação da reforma tributária. O plenário do Senado deve analisar o tex (...)

Leia mais
 CSN faz oferta vinculante para comprar operadora logística por R$ 742,5 mi

12/12/2024

CSN faz oferta vinculante para comprar operadora logística por R$ 742,5 mi

A CSN (CSNA3) anunciou nesta quarta-feira proposta vinculante para adquirir 70% de participação na operadora logística Estrela, do grupo Tora Transportes, por 742,5 milhões de reais, seg (...)

Leia mais

© 2024 ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos. CNPJ 17.298.060/0001-35

Desenvolvido por: KBR TEC

|

Comunicação: Conteúdo Empresarial

Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade e, ao continuar navegando neste site, você declara estar ciente dessas condições.