O transporte aéreo de carga foi fortemente afetado pela pandemia de covid-19 no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) esse tipo de transporte caiu 29,6% em 2020 ante 2019 - quando não existia a doença. O volume transportado, que era de 400,9 mil toneladas de carga em 2019, recuou para 282,2 mil toneladas no ano passado. Os dados constam da pesquisa "Redes e Fluxos Territoriais: Ligações Aéreas 2019-2020", divulgada nesta sexta-feira (10) pelo instituto.
No levantamento, o IBGE comentou que o recuo no ano passado frente ao ano anterior foi mais intenso do que o observado entre 2010 e 2015 (-10,8%) e bem diferente das altas observadas entre 2015 e 2019 (14,2%) e na década entre 2010 e 2019 (1,9%).
Das 25 cidades pesquisadas no levantamento, 23 apresentaram quedas de dois dígitos no transporte de cargas em 2020 ante 2019. A maior retração foi observada em Palmas (TO), de 53,8%. Também entre os mais expressivos recuos estão as cidades de São Paulo (-35,9%) e Rio de Janeiro (-51,5%). As únicas a apresentarem alta no transporte de cargas no período foram Campinas (SP) e Manaus (AM), com aumentos respectivos de 36,8% e de 1,7%.
Campinas foi destaque positivo na pesquisa e passou de quarto para o terceiro lugar no ranking de cidades com a maior movimentação de cargas no país na passagem entre 2019 e 2020, deixando Brasília para trás. No ano de 2020, o crescimento de 36,8% do transporte de cargas em Campinas vai na contramão da queda de 29,6% da média brasileira.
Entre 2010 e 2015, houve alta de 142% no transporte de cargas naquela cidade; com aumento de 173%, no transporte de carga, entre 2015 e 2019; e aumento de 564% na década finalizada em 2019. O dado de Campinas destoa da média nacional que, entre 2010 e 2015 mostrou queda de 10% no transporte de carga; e alta de 14% entre 2015 e 2019.
“Campinas teve flagrante crescimento no transporte aéreo de cargas na última década. Isso pode estar associado à construção de um terminal de cargas, que atende a padrões internacionais, e também pode estar funcionando como alternativa à São Paulo. São Paulo ainda é consideravelmente maior, mas Campinas assumiu a terceira posição em 2020, perdendo apenas para São Paulo e Manaus”, destaca o geógrafo do IBGE Thiago Gervásio Figueira, responsável pela pesquisa.
Em meio à pandemia, o terminal de cargas de Viracopos aglutinou parte da demanda que era transportada nos aviões de voos de passageiros de Confins (MG) e Cumbica (SP). Houve redução dos voos de passageiros, nesses dois aeroportos, e as cargas que eram transportadas no porão destes aviões migraram para cargueiros puros. Ao lado de Campinas, São Paulo, Manaus e Brasília concentram mais de 80% de toda carga aérea movimentada no país.
Fonte: Valor Econômico
27/11/2024
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