O Grupo Tora, sediado em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), chega aos 50 anos com coragem, vigor e resiliência. Virtudes essas, construídas ao longo de décadas e cada vez mais indispensáveis para o desenvolvimento do Brasil. Com 87 filiais no Brasil e quatro no exterior, 2.600 veículos próprios e seis terminais integradores na região Sudeste, a empresa figura já há alguns anos entre os maiores players logísticos do País.
Para manter a perenidade do negócio, a Tora aposta não apenas na consolidação do que já vem realizando desde a sua fundação, em 1972, mas também no fortalecimento e diversificação de suas operações. Apenas neste ano estão sendo investidos R$ 240 milhões entre a renovação da frota e a ampliação da infraestrutura multimodal de seus terminais – grande aposta para os próximos exercícios.
“Deste total, R$ 200 milhões estão sendo direcionados à modernização dos ativos. Nossas carretas e semirreboques possuem uma idade média de um ano e meio e estão em constante renovação. São cerca de 700 cavalos mecânicos e 2 mil carretas operadas por parceiros. Já os R$ 40 milhões estão divididos entre as operações do centro de logística integrada em Contagem e Terminal Multimodal de Itaquaquecetuba (SP)”, revela a diretora-presidente da Tora, Janaina Araujo.
Os investimentos nos terminais de integração rodoferroviária integram o processo de diversificação de negócios da empresa, que tem buscado acordos para expandir a atuação na logística integrada de contêineres e multimodalidade. Na prática, o trabalho da empresa consiste em complementar, pelo modal rodoviário, os serviços realizados pelas empresas de cabotagem e ferroviárias.
Especificamente em Contagem, os R$ 20 milhões que estão sendo aportados neste exercício contemplam a marca de movimentação de 2 mil TEUs (contêiner padrão de 20 pés) por mês, que deverá ser atingida nos próximos meses. Além disso, visam adequações para atendimento à RHI Magnesita, líder global da indústria de refratários, que está ampliando sua planta de operações em Contagem.
Conforme Janaina Araujo, a indústria já conta com uma área de 10 mil metros quadrados para movimentos de importação e exportação no terminal e terá a adição de outros 30 mil metros quadrados.
“São investimentos que nos consolida como um dos principais players do mercado em termos de cargas gerais. Em São Paulo, o projeto já está em fase de ramp-up com alguns clientes. Em Minas, operamos carga geral há cinco anos e estamos em expansão nos serviços multimodais com a MRS Logística e com a VLI por todo Sudeste”, diz.
Aquisições
A diretora-presidente da Tora ressalta também as aquisições, que vêm sendo realizadas pelo grupo desde 2019. Até o momento três operadores logísticos com atuação complementar à da empresa, seja em setores atendidos, seja em região geográfica, já foram adquiridos.
Os negócios visam sustentar o crescimento da Tora nos próximos anos. São eles: FJX – com foco em mineração; Saratoga, com operação no ramo madeireiro; e Nova Minas, com expertise nos ramos alimentício e farmacêutico.
Neste sentido, o fundador e presidente do conselho da companhia, Paulo Sergio Ribeiro, reforça que todas são empresas de porte médio e têm permitido à Tora ampliar e fortalecer suas áreas de atuação. “A empresa nasceu para atender ao mercado siderúrgico, mas ao longo dos anos desenvolveu uma estrutura capaz de operar em diversos segmentos. Hoje estamos presentes nas indústrias de mineração, automotiva, alimentos, madeireiro, médico-hospitalar, farmacêutico e muitos outros”, detalha.
Paulo Sergio Ribeiro recorda que a aposta na integração dos modais vem desde a década de 90 e que este é um dos marcos da história da empresa. Outro, conforme ele, diz respeito às operações no Mercosul, impulsionada por um intercâmbio muito forte entre Brasil e Argentina via Fiat. Um terceiro, lembra, diz respeito à licitação para concessionar um porto seco em Betim (RMBH). “Nosso crescimento foi de alguma forma planejado, mas também aproveitando as oportunidades ao longo deste tempo”, resume.
Quanto ao futuro, o empresário reforça que não vê outro caminho para o desenvolvimento da cadeia logística no País, senão justamente pelo fortalecimento da integração multimodal. Para ele, essa integração se faz cada vez mais necessária por razões econômicas, funcionais e operacionais. “O sistema viário brasileiro é ultrapassado, decadente e ruim. A matriz de transporte do País tem que mudar e essa responsabilidade é também das concessionárias, de diminuir a dependência do transporte rodoviário”, conclui.
Fonte: Diário do Comércio