Por Camila Matte, gerente executiva de Gente, Comunicação Interna e ESG da Brado Logística
Num mercado cada vez mais pressionado por mudanças climáticas e por consumidores atentos ao impacto socioambiental das marcas que escolhem, já não basta entregar com eficiência: é preciso entregar com responsabilidade. A sustentabilidade deixou de ser um diferencial e tornou-se um pilar indispensável das estratégias empresariais, especialmente em um cenário de escassez de recursos, crises climáticas e crescente exigência por responsabilidade social.
As empresas que adotam práticas sustentáveis não apenas garantem sua perenidade, mas também fortalecem a marca, atraem clientes e talentos, reduzem riscos e aumentam a eficiência operacional, equilibrando resultados econômicos, sociais e ambientais. Estudos apontam que há uma correlação direta entre desempenho ESG e rentabilidade, e organizações que atuam de forma consistente nesse campo tendem a apresentar margens mais robustas e maior competitividade. No setor logístico, esse compromisso ganha relevância especial, já que o transporte está entre as atividades com maior impacto nas emissões de gases de efeito estufa.
É nesse cenário que a Brado reafirma sua liderança ao integrar, pelo segundo ano consecutivo, os inventários setoriais de emissões promovidos pela ABOL. O levantamento mais recente, referente ao ano-base 2024, terá um destino de peso: será apresentado em novembro, durante a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), em Belém. O encontro reunirá lideranças globais para definir os próximos passos da agenda climática.
Desde 2020, a Brado elabora e divulga publicamente seu inventário de GEE, que contempla os Escopos 1 e 2 e, desde 2023, também o Escopo 3, de forma voluntária. Todos os dados passam por auditoria de verificadores independentes, garantindo precisão e transparência. Essa consistência garantiu à empresa, ano após ano, o Selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol.
Além disso, 100% da energia elétrica usada pela companhia provém de fontes renováveis, certificadas por I-RECs que, em 2024, representaram 17.404 MWh e neutralizaram o equivalente a 1.358 toneladas de CO2, reforçando o compromisso com a mitigação das emissões do Escopo 2.
Outro pilar dessa estratégia é o Green Log, ferramenta que oferece aos clientes informações detalhadas sobre estimativa de emissões evitadas, indicadores de intensidade por peso e distância e comparativos visuais, como o equivalente em árvores plantadas ou em emissões de veículos. Disponível para clientes ativos e potenciais parceiros, o sistema permite enxergar com clareza o impacto positivo da adoção da multimodalidade em substituição ao transporte exclusivamente rodoviário. A Brado planeja em breve submeter o seu memorial de cálculo a chancela externa, garantindo ainda mais confiabilidade às informações e reforçando a transparência com clientes e parceiros.
Ao tratar as mudanças climáticas como um tema material e adotar a lógica da dupla materialidade – avaliando tanto o impacto que a empresa causa na sociedade quanto o que fatores externos provocam sobre o negócio – a Brado coloca a sustentabilidade no centro da sua estratégia corporativa e projeta, até 2030, metas concretas de redução de emissões e adoção de novas tecnologias de transporte mais limpas.
Participar do inventário da ABOL é, portanto, mais do que contribuir para um relatório setorial: é assumir publicamente que o futuro da logística depende de dados confiáveis, inovação e cooperação. Quando a COP30 abrir suas portas em Belém, a presença da Brado não será apenas institucional, mas também simbólica: a prova de que medir, reportar e agir é o caminho para transformar compromissos ambientais em resultados reais para o planeta e para os negócios.