O setor portuário fechou 2022 com com 1,209 bilhão de toneladas de cargas movimentadas. Em comparação a 2021, o setor apresentou uma queda de 0,4%, mesmo assim, essa ainda é a segunda maior movimentação portuária registrada desde 2010. Segundo o Anuário Estatístico Portuário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a navegação interior ganhou destaque, no ano passado, por movimentar 73,1 milhões de toneladas, com crescimento de 11,2% em comparação ao ano anterior.
Entre as cargas mais movimentadas, em primeiro lugar, os granéis sólidos aparecem com um crescimento de 15,36%, seguido por líquidos e gasosos com 14,1%. Entretanto, a carga geral teve uma queda de 3,14% quando comparado ao ano anterior. Entre os produtos que ganharam destaque aparecem o milho com aumento de 83,79%, minério de ferro com 62,05%, semirreboque baú com 38,72% e fertilizantes com 23,46%.
De acordo com Eduardo Nery, diretor-geral da Antaq, esses dados trazem esperança, mas mostram que é preciso investir no sistema hidroviário. "Hoje em dia, dependemos da ‘Mãe Natureza’ para poder transportar as nossas mercadorias e isso não pode continuar assim. Temos um potencial hidroviário que precisa ser explorado e a agência vem se empenhando muito para isso", destacou.
Nery comentou que a hidrovia Paraguai-Paraná ainda pode ser bastante aproveitada, mas precisa de investimentos. "Ela é importante porque entra para os nossos parceiros da América Latina, em destaque o Uruguai que tem uma saída para o Atlântico. Mas, a hidrovia depende muito do nível de água. Quando a água abaixa, você perde volume de escoamento", relembrou.
As hidrovias, principalmente da região Norte, têm sofrido com um baixos níveis de calado. Segundo a agência, como resultado, o transporte portuário sofreu com uma retração na cabotagem, que vinha crescendo 11% em 2021, mas foi para 1,8% em 2022.
"Tivemos profundidades que antes batiam 20 metros e baixaram para 10m, com isso os navios de cabotagem não podiam se movimentar pela região. A região Norte contribui com várias hidrovias, aos trancos e barrancos. Sem ter uma estrutura mais aprofundada, elas contribuem bastante. Sem elas, a gente não teria como escoar", afirmou Nery.
No geral, de acordo com o relatório, em 2022 houve crescimento na movimentação de cargas de granéis sólidos: 712 milhões de toneladas movimentadas, o que representa um aumento de 0,8% em relação ao ano anterior. Os portos organizados também registraram uma movimentação importante de 422,2 milhões de toneladas, representando uma variação positiva de 3,12% em comparação a 2021.
O Porto de Santos (SP) registrou 126,2 milhões de toneladas, tendo um aumento de 11,42%. No Nordeste, os destaques foram os portos de Suape (PE) e de Itaqui (MA), com movimentações de 24,7 milhões de toneladas (+12%) e 33,6 milhões de toneladas (+8,2%) respectivamente. Já o Porto de Paranaguá (PR) cresceu 0,8% em 2022, com 52 milhões de toneladas.
TUPs
Para os terminais de uso privado (TUPs), o destaque positivo fica para o Terminal Aquaviário Almirante Barroso — Tebar (SP), que movimentou 58,9 milhões de toneladas no ano passado. O Porto de Tubarão (ES) também registrou um crescimento de 6% na movimentação, com 68 milhões de toneladas movimentadas.
Fonte: Portos e Navios