11/02/2022

Serviços atingem crescimento recorde de 10,9% em 2021 e recuperam perdas Serviços atingem crescimento recorde de 10,9% em 2021 e recuperam perdas

 Serviços atingem crescimento recorde de 10,9% em 2021 e recuperam perdas Serviços atingem crescimento recorde de 10,9% em 2021 e recuperam perdas


O volume de serviços prestados no país teve alta de 1,4% em dezembro, frente a novembro. Com isso, o volume de serviços encerrou o ano passado com alta de 10,9%, recuperando a perda de 7,8% de 2020. A taxa de 2021 também foi recorde da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

As informações são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgadas nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o gerente da PMS, Rodrigo Lobo, o crescimento recorde em 2021 reflete principalmente a base de comparação deprimida de 2020. Ele lembra que, por causa do caráter presencial de suas atividades, o setor de serviços teve uma recuperação tardia frente à indústria e ao comércio.

A variação de dezembro, sobre novembro, ficou próximo ao teto das projeções colhidas pelo Valor Data junto a 29 consultorias e instituições financeiras, de um crescimento de 1,8%, com piso das estimativas em -1% e mediana em +0,9%.

Em novembro, o setor tinha subido 2,7% (dado revisado após divulgação inicial de alta de 2,4%). Na comparação com dezembro de 2020, o volume de serviços em dezembro de 2021 teve alta de 10,4%.

A mediana de 15 consultorias, com projeções reunidas pelo Valor Data, era de crescimento de 10,7% em 2021. Em 2020, o ano em que a pandemia começou, o setor teve queda recorde de 7,8%, no volume de serviços.

Assim, com o desempenho de dezembro, os serviços estão, em média, 6,6% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020. O mês de dezembro de 2021 atingiu, ainda, o maior patamar desde agosto de 2015.

Atividades\
Todas as cinco atividades de serviços avançaram em 2021, frente a 2020, segundo o IBGE. Dos 166 tipos de serviços acompanhados pelo instituto, 74,1% tiveram taxas positivas.A maior contribuição para o desempenho geral veio de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (15,1%) e informação e comunicação (9,4%). Os demais avanços vieram de serviços profissionais, administrativos e complementares (7,3%); de serviços prestados às famílias (18,2%); e de outros serviços (5,0%).

“O que confere ao setor de serviços o maior dinamismo, além da recuperação dos serviços presenciais, são os serviços voltados às empresas, que têm um caráter não tão presencial”, lembra Lobo, detalhando o desempenho por atividades. “O principal destaque são os serviços de informação, estimulados pela necessidade de se comunicar à distância. Em segundo plano, o destaque é o setor de transportes, não só o de passageiros, mas sobretudo o rodoviário de cargas e a logística de transporte e armazenagem, pelo boom do comércio eletrônico. E também os serviços auxiliares, , com corretoras e consultoria de investimentos”.

Além disso, três das cinco atividades de serviços estavam, ao fim de 2021, com volume acima do observado antes da pandemia, em fevereiro de 2020.

A melhor situação é dos serviços de informação e comunicação, que estão 12,8% acima daquele patamar. As empresas desse segmento foram as que mais beneficiadas pelas oportunidades surgidas na pandemia, como com aplicativos de comunicação e consultorias na área.

Em seguida, estão os serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, com patamar 9,8% superior. Lobo aponta a influência do crescimento do comércio eletrônico para atividades dentro desse grupo, como o transporte rodoviário de carga e a logística de transporte e armazenagem.

O terceiro segmento que também superou o patamar pré-pandemia é o de outros serviços, que está 0,5% acima e inclui atividades como serviços financeiros auxiliares, como corretoras e consultorias de investimentos.

Por outro lado, os serviços profissionais, administrativos e complementares ainda não recuperaram o volume de prestados de fevereiro de 2020, mas estão bem perto disso, já que se encontram 0,2% abaixo. Este segmento responde por um quinto (20,5%) da pesquisa. Portanto, diz Lobo, seu melhor desempenho tende a ter um peso importante no setor de serviços como um todo.
A pior situação é dos serviços prestados às famílias, com caráter presencial e por isso mais prejudicados pela necessidade de isolamento social trazida pela pandemia. O segmento ainda se encontra 11,2% abaixo de fevereiro de 2020.

Receita nominal\
O IBGE informou ainda que a receita nominal subiu 2,9% na passagem entre novembro e dezembro. Na comparação com dezembro de 2020, a receita de serviços teve alta de 15,7% em dezembro de 2021. Com isso, o ganho de receita no ano de 2021 foi de 14,1%.

Em dezembro, frente a novembro, 19 das 27 unidades da federação investigadas registraram taxas positivas, com destaque São Paulo (1,5%), seguido por Distrito Federal (9,3%) e Minas Gerais (2,3%). Já o Rio de Janeiro (-1,5%) registrou a principal retração.

Quarto trimestre de 2021\
A expansão do volume de serviços prestados no país desacelerou para 0,4% no quarto trimestre de 2021, frente ao trimestre imediatamente anterior. É o sexto trimestre seguido de crescimento na série com ajuste sazonal da PMS, mas foi menor que o do terceiro trimestre, que tinha sido de 3%. No primeiro e no segundo trimestre de 2021, as taxas foram de 3,2% e 2,2%, respectivamente.

Para Lobo, o movimento está ligado principalmente ao crescimento dos meses anteriores, que criaram uma base elevada para a atividade, mas também pode haver alguma influência de fatores como inflação e renda.

“O setor de serviços tem mostrado grande dinamismo nos últimos meses. De 19 informações, são 15 taxas positivas e 4 negativas. À medida que avança o processo de recuperação dos serviços, seja no caráter presencial, seja nas empresas que se aproveitaram das particularidades da pandemia, isso confere patamar mais elevado de comparação. Com isso, a taxa do quarto trimestre tem crescimento mais moderado”, afirma ele, acrescentando. “É muito difícil traçar uma variável que determine o quanto é explicado pela base de comparação e o quanto é efeito de emprego e renda. Mas essas questões podem estar impactando, até pela questão de restrição orçamentária”.

Em um contexto de alta de outros custos que afetam o orçamento — como energia elétrica e combustível —, as famílias podem recuar o consumo de itens considerados supérfluos, como viagens e idas a restaurantes, por exemplo, diz ele. “Se eu tenho uma determinada restrição orçamentária, se eu consumo muito combustível ou supermercado, posso deixar de consumidor serviços, como uma ida a um hotel ou a um restaurante. Ou seja, há um efeito indireto”, aponta.



Fonte: Valor Econômico

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