27/10/2020

Robô reduz custo na área de compras

 Robô reduz custo na área de compras


Gerdau e Nestlé apostam na tecnologia; demanda por automação aumenta com a covid-19

A busca por eficiência e a pressão por redução de custos, especialmente com a pandemia, têm levado cada vez mais companhias a transferir atividades operacionais, como a compra de materiais de limpeza ou de escritório, para os robôs. Segundo a empresa de pesquisas Gartner, este ano, a receita global de softwares de automação robótica de processos (RPA, na sigla em inglês) deve avançar 12% sobre 2019, alcançando US$ 1,58 bilhão. Já em 2021, a alta será de 19,5% para US$ 1,89 bilhão.

“O grande mote da busca pelo RPA foi termos uma área de suprimentos mais focada no processo estratégico de compras”, diz Vinicius Fernandes Moura, gerente-geral de suprimentos da produtora de aço Gerdau.

A robô Gabi entrou para o time de compras da Gerdau em julho de 2019 e hoje responde por mais de mil encomendas por mês, especialmente de itens de prateleira como materiais de escritório e limpeza. Para comprar um mouse, por exemplo, o robô acessa o sistema de gestão da Gerdau, identifica os fornecedores homologados e faz uma solicitação a cada um por e-mail. Ao receber as cotações, a Gabi negocia, identifica a melhor oferta e fecha o pedido.

A entrada do robô deixou o time de compras mais livre para analisar materiais como ligas para a produção de aço. “É necessário um ser humano para avaliar se a liga de aço será nacional ou importada e as barreiras tarifárias”, afirma o executivo. Ele ressalta que a ideia não é substituir pessoas. “Preciso que as pessoas fiquem mais livres para identificar todo o panorama da nossa cadeia de suprimentos.”

Com uma compradora-robô 24 horas por dia, sete dias por semana, a Gerdau reduziu erros e o tempo de entrega dos pedidos, o que se traduz em custos menores. “O grande sonho da área de compras é cotar e receber a resposta no menor tempo possível para compras de itens que não dependem de contrato”, afirma Moura.

Além da Gabi, a Gerdau vem trabalhando com automação robótica em outras áreas como segurança, auditoria e mesmo na produção de aço.

Há uma semana, a Nestlé, que hoje conta com 120 robôs em diferentes tarefas, colocou seu robô-assistente de compras em operação supervisionada para facilitar a aprovação de 1 milhão de pedidos por mês.

“Colocamos o robô para ajudar em diversas atividades burocráticas de verificação de documentos, deixando para o aprovador a análise do pedido final”, explica Julio Cesar Candido Santos, gerente de tecnologia da Nestlé para a área digital.

Desde 2017, a Nestlé trabalha com os robôs de automação, sendo 40 criados desde março por conta da pandemia.

A demanda provocada pelos projetos mais acelerados de digitalização como consequência da crise aqueceram um mercado que começou a avançar no ano passado. “Se alguém tinha dúvida de que RPA era fundamental para o processo de transformação, este ano ninguém tem mais”, afirma Guilherme Novaes, diretor de nuvem híbrida da IBM Brasil. “Além disso, são projetos rápidos, de baixo investimento e retorno mensurável.”

De olho no setor, em julho, a IBM comprou a brasileira WDG, empresa de São José do Rio Preto (SP), especializada na tecnologia de RPA. “É um mercado em ebulição”, comenta Novaes.

Entre as áreas que mais demandam robôs, segundo ele, estão o mercado financeiro, de seguradoras e varejo, tanto em processos nos bastidores quanto no atendimento ao cliente.

Fernando Pierry, diretor da Automation Anywhere no Brasil, destaca que o uso de robôs tem sido frequente nas áreas de contabilidade, segurança e logística. A fornecedora de sistemas de RPA sediada no vale do Silício, nos Estados Unidos, começou a atuar no país em 2018. Segundo Pierry, a demanda local mais do que dobrou este ano. “Na pandemia, a CPF Energia usou robôs para receber chamados noturnos dos clientes e encaminhá-los às equipes em campo”, conta o executivo.

Antes de se empolgar com os robôs, entretanto, é preciso identificar em quais processos eles farão diferença. “É importante avaliar até onde a empresa vai investir para treinar o robô em uma atividade que permita a entrada mais estratégica das pessoas”, aconselha Santos, da Nestlé.

Fonte: Valor Econômico

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