Mecanismo busca dissociar as novas obras do estigma deixado pela execução dos trechos anteriores do projeto
A retomada da construção do Rodoanel de São Paulo terá um sistema inovador de transparência e controle externo. O mecanismo busca dissociar as novas obras do estigma deixado pela execução dos trechos anteriores do projeto, que foram alvo da Operação Lava-Jato e levaram o Ministério Público Federal (MPF) a denunciar o ex-governador e senador José Serra (PSDB) por supostos pagamentos recebidos da Odebrecht, em troca de benefícios à empresa no Rodoanel Sul.
Na semana passada, o governador tucano João Doria anunciou a publicação de edital para contratar as obras remanescentes do trecho norte, o único que falta para circundar a capital. Cerca de 75% do Rodoanel Norte já foi executado. Para concluí-lo, o investimento público deve ser de R$ 1,6 bilhão.
O secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, encarregou-se de criar um novo sistema de acompanhamento público em “tempo real” das obras. Houve discussões prévias com órgãos de controle e até com o Tribunal de Contas da União (TCU), que sequer terá a prerrogativa de fiscalizar e auditar o Rodoanel Norte, pois não há sinalização de aporte federal no empreendimento.
Câmeras vão permitir o monitoramento on-line das obras, haverá blitze periódicas de drones e visitas aos canteiros poderão ser agendadas por qualquer cidadão interessado. A execução física e financeira das obras será divulgada passo a passo, dificultando um descasamento entre liberação de recursos às empresas contratadas e evolução efetiva dos trabalhos. Todo o monitoramento poderá ser acessado por um “hot site”.
Octaviano explica que até os caminhões receberão chips para identificar se os materiais de descarte das obras serão efetivamente levados para os locais combinados de bota-fora. Isso porque, em projetos de grande porte, não é totalmente incomum que construtoras ou prestadoras de serviços despejem materiais fora do lugar apropriado. Assim, economizam com centenas de viagens de caminhões mais curtas do que o previsto.
“As pessoas têm que se sentir confortáveis sobre como o dinheiro dos impostos está sendo aplicado”, diz Octaviano. “O Rodoanel é uma das principais obras logísticas do país. Ele precisa sair das páginas de política e voltar às páginas de economia.”
Quando estiver pronto, o Rodoanel Norte terá 44 quilômetros de extensão, passando por São Paulo, Arujá e Guarulhos, onde faz ligação com o aeroporto.
Fonte: Valor Econômico
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