Exclusivo para as associadas da Associação Brasileira de Operadores Logísticos, o Congresso ABOL é um momento de troca de conhecimentos, reflexão e discussões sobre alguns dos temas mais relevantes para o setor. E a IX edição do evento, que aconteceu em agosto, não foi diferente. Alguns dos maiores players do segmento no país se reuniram ao longo de dois dias para tratar assuntos como os impactos da reforma tributária, tanto no mercado interno quanto no externo, a importância da participação dos OLs no PNL 2050, as novidades que vão moldar o futuro do segmento, a nova ordem do comércio exterior e seus impactos na logística, além de uma importante análise sobre o papel dos líderes na construção de um ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo.
O comércio internacional, tendo em vista que a tarifa média de importação para os Estados Unidos é a mais alta desde 1941, foi uma das principais preocupações compartilhadas pelos OLs ao longo do evento. Denise de Pasqual, Sócia Fundadora e Diretora de Relações Institucionais da Tendências Consultoria, explicou que o futuro trará um ambiente de maior incerteza dos agentes, com taxas futuras de juros com grande volatilidade, o que não é convencional para o mercado norte americano.
José Pimenta, Diretor de Relações Governamentais e Comércio Internacional da BMJ, também falou sobre o tema, reforçando que a logística vive um momento de reflexão, em que é necessário pensar em novas rotas, mercados e modais. Já Ricardo Buteri, CCO da Santos Brasil, reforçou que "O cenário global nos mostra que não basta reagir às mudanças: precisamos agir de forma estratégica, explorando oportunidades e gerando soluções inovadoras".
Welber Barral, Sócio-Fundador e Conselheiro da BMJ Consultoria, trouxe para a mesa os três pontos que considera essencial para o novo momento do transporte internacional de cargas: “a necessidade de desenvolver tecnologias que permitam o uso de combustíveis alternativos, o preço do crédito de carbono - que terá que ser incorporado no custo total do contrato -, e a vantagem competitiva das empresas que se adaptarem rapidamente a esse novo cenário terão”.
Outro ponto de destaque ao longo do congresso foi a Reforma Tributária e quais as novas regras que devem entrar em vigor nos próximos anos e as adequações que já devem ser realizadas pelos OLs. Paulo Duarte, Sócio Stocche Forbes Advogados, reforçou que essa não é uma reforma tributária, mas sim econômica, que trará ganhos para os Operadores e que reduzirá drasticamente os problemas que são enfrentados atualmente. Ele destacou pontos como a redução de alíquotas do modal aéreo e a necessidade de que todas as empresas já estejam parametrizadas em janeiro de 2026 para que possam emitir nota fiscal e faturar.
O Plano Nacional de Logística (PNL) 2050 e o seu potencial de impactar as políticas de transporte, por meio da atuação de diversos ministérios, foi destaque também no evento. Rodrigo Ferreira, Coordenador-geral de Política de Planejamento no Ministério dos Transportes, falou sobre como o Plano vem sendo elaborado de forma colaborativa e ouvindo os agentes que serão de fato atingidos por suas diretrizes. Samantha Albuquerque, Superintendente de Planejamento e Estudos de Transportes do Ministério dos Transportes, reforçou que “O PNL tem uma visão estratégica, mas os Planos Setoriais ajudam a priorizar onde serão, de fato, os investimentos. Com a participação dos Operadores Logísticos é possível identificar os gargalos e mapear a atuação da equipe técnica".
O Congresso ABOL é uma iniciativa exclusiva para associados e, em 2025, contou com o patrocínio das marcas Edenred Ticket Log | Repom, Dassault Systèmes, Motorista PX, EREA, CNT e Cone. “Promover um momento de aproximação entre os associados, que são líderes do setor, em um ambiente que traz liberdade de troca de informações e experiências é, com certeza, muito rico. Além disso, conseguimos a cada ano trazer especialistas qualificados, que promovem debates e reflexões sobre os temas que afetam diretamente o dia a dia dos OLs, auxiliando muitas vezes nas tomadas de decisão ", comenta Marcella Cunha, diretora Executiva da entidade.