18/07/2022

Projeto de Lei 3.757/2020 faz parte de ações desenvolvidas pela ABOL no Congresso Nacional

 Projeto de Lei 3.757/2020 faz parte de ações desenvolvidas pela ABOL no Congresso Nacional



O Projeto de Lei 3.757/ 2020, que regulamenta as atividades do Operador Logístico (OL) no Brasil, mais uma vez, fez parte das abordagens da diretora Executiva da ABOL, Marcella Cunha, durante encontro no Congresso Nacional. No final de junho, Marcella, junto ao presidente do Conselho Deliberativo da Associação, Djalma Vilela, participou de evento para divulgar o "Perfil do Operador Logístico - 2022", promovido em apoio com a Comissão de Viação e Transportes (CVT), da Câmara dos Deputados. 


O objetivo principal foi apresentar os resultados da edição 2022 do estudo, que traça o Perfil do OL. O material, elaborado em parceria com o ILOS, pode ser usado como subsídio para a elaboração de novos projetos de lei e proposições que já estão tramitando no Congresso.


Na ocasião, foi anunciada a apresentação de um texto substitutivo ao PL 3.757/2020, o qual conterá aprimoramentos importantes para o avanço de sua tramitação dentro da Câmara dos Deputados. Segundo o deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), relator do PL, o novo texto está pronto e logo deve ser protocolado. 


“A gente espera muito que o PL 3.757/2020 seja aprovado, para que a gente consiga investir ainda mais no setor. Se hoje nós somos multados ou autuados indevidamente, isso tira um pouco da nossa possibilidade de reinvestir”, explicou Marcella.


Combustíveis


Ainda em relação à nova pesquisa do Perfil do OL, destaca-se o aumento do diesel. A pesquisa, que abarca um universo de 1.000 empresas de diferentes portes, afirma que a alta nos preços do diesel tem sido a principal responsável pelo aumento dos gastos desde 2020. O cenário impacta diretamente na margem de lucro dessas companhias, já que as despesas operacionais representam 74% da Receita Bruta das empresas. 


Não é à toa que a periodicidade de revisão do preço acumulado do combustível desejada por quase 87% dos participantes da pesquisa é trimestral (30%), semestral (29%) ou anual (27%). Quanto maior o prazo, menor o impacto para o mercado, já que o diesel é o principal insumo utilizado na movimentação de cargas, chegando a compor mais de 40% de todo o custo operacional dessas prestadoras de serviços.


O último aumento aconteceu em junho, quando o preço do diesel passou de R$ 4,91 para R$ 5,61 na venda para as distribuidoras e, mais uma vez, os OLs se viram obrigados a adotar medidas para driblar os efeitos do incremento feito pela Petrobras. Se o cenário de instabilidade permanecer, a ABOL, inclusive, já prevê uma queda nos investimentos realizados pelos associados. 


Em 2021, eles investiram R$ 18 bilhões em tecnologia, inovação, infraestrutura, entre outros. No entanto, podem não atingir o mesmo patamar entre 2022 e 2023, caso continuem sendo obrigados a agir conforme a variação do combustível. 


“A alta de R$ 0,70 no litro afeta toda a cadeia logística nacional e também o comércio internacional. Vai interferir na revisão de custos e contratos estabelecidos pelas companhias com clientes de diferentes portes e segmentos”, destacou a diretora Executiva da ABOL.


“O cenário todo é bastante desafiador. Na prática, os OLs têm duas opções: ou absorvem o aumento e diminuem ainda mais a sua margem de lucro, o que pouquíssimos conseguem fazer, ou repassam, impactando o frete e os preços previamente negociados em contrato com clientes, agravando o atual quadro inflacionário do país, uma vez que esse custo será passado até a outra ponta, ou seja, ao consumidor final”, explicou Marcella.  


Greve - Dentro desse contexto desfavorável, há ainda os impactos indiretos causados pelo reajuste do diesel e da gasolina, como a greve dos caminhoneiros. A situação dos condutores também tem ficado insustentável diante dos gastos com combustível e da manutenção dos caminhões. Segundo o estudo desenvolvido pela ABOL, os OLs levam, em média, 4,2 dias para se recuperarem de cada dia de paralisação e apenas 14% conseguem recuperar a perda financeira. 


Repúdio - Em 18 de junho, logo após o último reajuste nos preços dos combustíveis ser anunciado, a ABOL emitiu uma Nota de Repúdio, posicionando-se em relação ao aumento recorrente e aos prejuízos causados ao setor. A Associação expõe a preocupação do setor, no repasse do ônus adiante, o que impactará nos preços das mercadorias comercializadas para a população, agravando o quadro inflacionário atual. E considera a possibilidade de um novo apagão logístico em função da má administração da política de combustíveis, com impactos ao setor e também à própria Petrobras. 



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