05/05/2022

Problemas na logística global expandem mercado para startups do setor

 Problemas na logística global expandem mercado para startups do setor



Nos últimos dois anos, uma série de eventos inesperados abalou as cadeias de suprimentos globais. O coronavírus, a guerra na Ucrânia, o Brexit e um navio porta-contêineres preso no Canal de Suez combinaram-se para atrasar as entregas, desde bicicletas a comida para animais de estimação.


Em resposta, um grupo crescente de startups e empresas de logística estabelecidas criou uma indústria multibilionária que aplica a tecnologia mais recente para ajudar as empresas a minimizar a problemas logísticos.


Interos, Fero Labs, KlearNow e outras companhias estão usando inteligência artificial e outras ferramentas para que indústrias e seus clientes possam reagir mais rapidamente a problemas com fornecedores, monitorar a disponibilidade de matéria-prima e passar pelo emaranhado burocrático do comércio internacional.


O mercado de novos serviços de tecnologia focados em cadeias de suprimentos pode valer mais de 20 bilhões de dólares por ano nos próximos cinco anos, disseram analistas à Reuters. Até 2025, mais de 80% dos novos aplicativos da cadeia de suprimentos usarão inteligência artificial e ciência de dados de alguma forma, de acordo com a empresa de pesquisa focada no mercado de tecnologia Gartner.


A Interos, avaliada em mais de 1 bilhão de dólares em sua última rodada de financiamento, é uma das mais bem-sucedidas do mercado nascente. A empresa diz que mapeou 400 milhões de negócios globalmente e usa aprendizado de máquina para monitorá-los em nome de clientes corporativos, alertando-os imediatamente quando incêndios, inundações, invasão ou qualquer outro evento causar uma interrupção em potencial da cadeia de suprimentos.


A KlearNow vende uma plataforma que automatiza processos de desembaraço alfandegário complicados, dominados por papel. Isso foi um salva-vidas para a EED Foods, que importa doces e carnes defumadas tchecas e eslovacas para clientes expatriados no Reino Unido.


Elena Ostrerova, gerente de compras da EED, diz que sua empresa ainda está crescendo a uma taxa anual de 40% depois que o Brexit entrou em vigor no início de 2020, em parte porque alguns concorrentes desistiram em vez de enfrentar a nova e onerosa papelada para importar da União Europeia.


Berk Birand, presidente-executivo da Fero Labs disse que a pandemia destacou a necessidade dos fabricantes se adaptarem às mudanças de fornecedores para que possam continuar a fabricar produtos idênticos, independentemente da origem das matérias-primas.


A plataforma da startup usa aprendizado de máquina para monitorar e se adaptar a como as matérias-primas de diferentes fornecedores afetam a qualidade do produto, desde a variação de impurezas no aço até o nível de viscosidade em um ingrediente de xampu. O sistema então se comunica com os engenheiros da fábrica para ajustar os processos de fabricação para que a consistência do produto seja mantida.


Dave DeWalt, fundador da empresa de capital de risco NightDragon, que liderou a rodada de financiamento Série C de 100 milhões de dólares da Interos no ano passado, diz que os reguladores terão um interesse muito maior no risco da cadeia de suprimentos.


"Mapear sua cadeia de suprimentos e interconectividade no nível de peça individual é o Santo Graal", disse Burak Cendek, parceiro da Autotech.


Fonte: Revista Globo Rural



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