23/09/2020

Planalto acerta com líderes do Congresso teste de volta da CPMF para bancar desoneração da folha

 Planalto acerta com líderes do Congresso teste de volta da CPMF para bancar desoneração da folha


Presidente estaria fazendo reuniões com os parlamentares para tentar viabilizar a medida, que já beneficia 17 setores; para líder do governo, desoneração não será possível sem a criação de novo imposto

Líderes do governo negociam a apresentação ainda esta semana de proposta de criação de um tributo de transações digitais com cobrança semelhante à extinta CPMF. Como mostrou o Estadão, um das propostas é aprovar o um novo tributo temporário para começar a desoneração da folha de pagamentos (a redução nos encargos que as empresas pagam sobre os salários dos funcionários).

Depois de reunião com o presidente Jair Bolsonaro, líderes vão “testar” o apoio à recriação do tributo no Congresso. Segundo um dos que participaram da reunião com o presidente, o governo “está construindo” esse entendimento com os parlamentares. A apresentação da proposta da segunda etapa da reforma tributária agora é uma tentativa de manter o veto à desoneração da folha de pagamentos de 17 setores por um prazo de mais ano. O benefício acabaria neste ano, mas foi estendido pelo Congresso para o fim de 2021. Bolsonaro vetou, mas o governo sabe que deve perder na votação para apreciar o veto. A equipe econômica recomendou o veto por conta do custo adicional nas despesas, mas o Congresso sinalizou que vai derrubar o veto para evitar demissões nestes setores nesse momento de recessão econômica.

Em live para o mercado financeiro, o líder do governo da Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), deixou claro, no final da semana passada, que a proposta de recriar um tributos aos moldes da CPMF não morreu. Barros disse que Bolsonaro tem o “desejo” de desonerar a folha para aumentar os empregos e que o objetivo do governo era zerar os encargos das empresas para os trabalhadores que ganham até um salário mínimo, reduzir a contribuição previdenciária de 20% para 10% e aumentar o limite de isenção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de R$ 1,9 mil para R$ 3 mil, proposta defendida por Guedes.

Barros pontuou que se o novo tributo não for criado não haverá a desoneração da folha. A fala do líder do governo foi interpretada com um avanço na discussão, o que animou a equipe econômica que está fora das negociações diretas com os parlamentares. Hoje, o diálogo da equipe é feito com os líderes do governo. Guedes esteve com Barros. Mensagens com a gravação da entrevista foram disparadas pelo celular no final de semana. Entrou no radar o novo tributo ser transitório, como era a ideia da CPMF.

A CPMF foi um imposto que existiu até 2007 para cobrir gastos do governo federal com projetos de saúde – a alíquota máxima foi de 0,38% sobre cada operação. Em 2015, o governo, então sob comando da presidente Dilma Rousseff, chegou a propor a volta do tributo, mas isso acabou não acontecendo.

A assessora especial do Ministério da Economia, Vanessa Canado, já disse que o novo imposto sobre transações, que o governo tem tentado desvincular da antiga CPMF, não incidirá somente sobre transações digitais, mas sobre "todas as transações da economia".

Para o tributarista, Luis Bichara, da Bichara Advogados, está ficando evidente que a “CPMF vem por aí”, mesmo que não seja aprovada ainda este ano. “É inevitável, né? Um curativo de emergência e necessariamente temporário”, diz. "Não há dúvida que a CPMF em teoria é uma ideia péssima, mas momentos extraordinários de guerra requerem medidas extraordinárias”, disse. A sua aposta é que a desoneração da folha será vinculada à comprovação efetiva de geração de emprego.

Fonte: O Estado de São Paulo

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