Em 2021, o movimento nas fronteiras que ligam o Brasil aos demais países do Cone Sul teve um aumento representativo no primeiro semestre do ano. Quando comparamos o período com o ano anterior, os números são elevados. Registramos, por exemplo, uma alta de 86,25% no volume de tráfego do Porto Seco de Foz do Iguaçu em abril, em relação a 2020, quando o volume foi duramente reduzido pelo começo da pandemia. O que vemos agora, de fato, não é crescimento, mas uma retomada bastante importante, e ela se dá em todas as fronteiras que operamos, motivadas por diferentes razões e ainda sujeitas, claro, aos movimentos da economia. Seguimos otimistas, acreditando que o segundo semestre será bastante produtivo.
Começando pela fronteira de Foz do Iguaçu, onde administramos o Porto Seco, temos uma boa perspectiva pela frente. As exportações para o Paraguai estão em alta, em especial, cimento, para atender a uma série de grandes obras no país. Fertilizantes e maquinário também estão sendo levados para o agronegócio. Consequentemente esperamos um movimento grande de importação, com o escoamento da produção de grãos do Paraguai com destino ao Brasil. Embora ali estejamos diante de uma fronteira tríplice, o movimento de carga em Foz do Iguaçu é bem maior na fronteira entre o Brasil e o Paraguai do que o Brasil e a Argentina.
A falta de chuvas também vai beneficiar o transporte rodoviário nos próximos meses. Com os rios em níveis baixos e sem perspectiva de chuvas, as barcaças não podem navegar e a produção tem que escoar por terra. Nesse mês de julho, por exemplo, a chamada safrinha está sendo colhida e os caminhões estão trabalhando para transportar os grãos para os silos. A partir de agosto e setembro começam as importações e o movimento deve aumentar no Porto Seco.
Nas demais fronteiras, o otimismo com relação ao segundo semestre se baseia em outros fatores. Em Uruguaiana, por exemplo, a exportação de carros está em alta, assim como de bobinas de aço e de vinhos, oriundos do Chile. Em Santana do Livramento, o forte tem sido a exportação de peças para uma fábrica de papel que está sendo erguida em território uruguaio. Já em Jaguarão, grande parte dos caminhões trazem a produção de arroz do Uruguai, assim como cítricos, soja e carne bovina. Além disso, levam para o país bananas e um grande fluxo cerâmico, como tijolos. Há também entre o Brasil e o Uruguai, intenso transporte de insumos para a produção de garrafas pet em Maringá, no Paraná.
Em linhas gerais, vemos que a economia está retomando pouco a pouco depois de um ano e meio muito árduo devido a pandemia. Sabemos que outros fatores podem impactar o tráfego nas fronteiras, como a alta do dólar, mas o segundo semestre tradicionalmente também é melhor que o primeiro. Seguimos otimistas e preparados para a elevação da demanda.
Francisco Augusto Silva Damilano é Gerente de Operações das Fronteiras da Multilog
29/11/2024
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