Duas medidas aprovadas nas últimas semanas tiveram impacto direto no setor de logística. A redução do ICMS para combustíveis, de 25% para 18%, e a chamada PEC dos Auxílios, que, se tiver o texto aprovado integralmente, vai liberar R$ 1 mil por mês a caminhoneiros autônomos.
Segundo especialistas da área, as medidas são insuficientes para reduzir os custos de logística, apesar do consumidor final sentir a diferença no bolso.
O preço do diesel teve queda de apenas R$0,05, de acordo com a Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis (ANP). A expectativa do Ministério de Minas e Energia era uma redução de R$ 0,13.
“Atualmente, uma das grandes motrizes da inflação é o diesel, já que a maioria das mercadorias é transportada por operação rodoviária. O sufoco começou no ano passado, com aumento de 46,8% em comparação a 2020. E, entre janeiro e maio deste ano, o aumento já ultrapassou os 28%”, avalia Antonio Wrobleski, presidente do Conselho Administrativo da Pathfind.
Outro obstáculo para o setor de logística é a imprevisibilidade do aumento de combustíveis. “O diesel fornecido pela Petrobrás possui componentes importados. Isto é, o preço aumenta porque tem que aumentar, independentemente da cobrança de ICMS. Outra questão é o estoque insuficiente de diesel no país, apesar de estoque representar dinheiro parado e gerar custos de mais de R$1 milhão por mês”, afirma o especialista.
Já a PEC dos Auxílios vai beneficiar apenas os caminhoneiros autônomos e não vai atingir diretamente os custos das empresas de logística. “A PEC cria benefícios para algumas categorias e para outras não. As empresas vão fechar o ano com 10% de inflação que não estão sendo repassados”, conclui.
Fonte: Money Times